Destaques de Portugal: nem Chopin resistiria a orquestra tão bem afinada
Rafael Leão esteve nos melhores momentos da equipa na primeira parte (LUSA)

Polónia-Portugal, 1-3 Destaques de Portugal: nem Chopin resistiria a orquestra tão bem afinada

SELEÇÃO12.10.202422:21

Bailado português na terra dos grandes artistas clássicos durante a primeira parte. Com uma música diferente: o rock pesado (e arrojado) de Rafael Leão e Nuno Mendes, a afinação de Ronaldo, Bruno Fernandes e Bernardo Silva, uma sinfonia que só foi desalinhada nos instantes finais...

Melhor em campo: Rafael Leão (8)

Estonteante. Assim que o vemos passar pelo primeiro, sustemos a respiração, pois vem aí perigo. E magia em movimento. Força, técnica e condução de bola, em consonância perfeita, deste avançado que destroçou a equipa polaca em várias ocasiões. No golo de Ronaldo, pois foi ele que foi por ali fora, passando por uns e por outros, até ao remate que embateu no poste. A segunda (60’) ainda mais brilhante, pois foi agarrado em diversas ocasiões, até ‘oferecer’ o golo a Bruno Fernandes que não aproveitou. Sublime.

Diogo Costa (6)
Lapso. Apenas um… em noite tranquila sem trabalho extra. Uma saída em falso (56’) em que Lewandowski chega primeiro e quase marca de cabeça foi único erro em exibição segura.

Diogo Dalot (7)
Equilibrado. Dois poucos laterais que consegue defender/atacar no mesmo registo, com um rendimento idêntico. Começou com um enorme remate (9’) para defesa gigante de Skoruspsi, um passe bem medido a Ronaldo (54’) que quase termina em golo, defensivamente muito consistente.

Rúben Dias (7)
Sólido. Bloco de pedra ou de gelo como preferirem. Posicionamento perfeito nos intensos duelos com Lewandowski, possante nos duelos aéreos, voz ativa na linha defensiva (muitas indicações a Renato Veiga), foi importante nos instantes finais quando a Polónia arriscou mais em busca do empate.   

Renato Veiga (7)
Estreante. Após 19 jogos nas seleções jovens, o momento mais aguardado na Seleção A. Jogo competente, atento às movimentações do veloz Swiderski, sem acusar a pressão do momento especial. Exibição segura (e a prometer mais…) na sua primeira aparição com a camisola portuguesa.  

Nuno Mendes (8)
Normal. Parece um adjetivo curto, certo? O esquerdino, recuperado dos índices físicos, é um dos melhores do mundo nesta posição. Vertical, audaz, muito forte nos duelos, eletrizante na condução. Corte decisivo a Lewandowski (20’) e várias incursões pela esquerda que criaram desequilíbrios. Numa delas resultou o terceiro golo português, com uma infelicidade de Bednarek.

Bruno Fernandes (7)
Desconfiado. O momento em Manchester não é o melhor mas neste jogo voltou à sua melhor versão. Correu, lutou, procurou, assistiu Bernardo Silva no golo (que subtileza!) … mas faltou-lhe aquele ‘killer instinct’ que o eleva ao topo. Aos 54’ e 60’, dois lances onde teve tudo para ser feliz, são bons exemplos. Mas noite sempre nivelada por cima.  

Rúben Neves (7)
Articulado. Não é o maestro, aquele que pega na batuta e lidera, mas é aquele que aparece ligado a todos os setores. A defender (tentou acompanhar Zielinski no lance do golo, mas foi mérito do polaco), a equilibrar o jogo, receções orientadas de nível elevado, definição apuradíssima como ficou evidente no desenho do primeiro golo, a encontrar Bruno Fernandes na área polaca. Justificou aposta.

Bernardo Silva (7)
Inteligente. Parece o nome do meio deste médio, multifunções, que faz tudo bem parecendo… fácil. Dinâmico (bom entendimento com a asa esquerda fulminante lusitana), eficaz a fechar o corredor nas subidas de Nuno Mendes, criterioso na forma como conduziu o jogo ofensivo e, claro está, letal. Um golo, de pé esquerdo, a finalizar o melhor lance de Portugal em todo o jogo.  

Pedro Neto (6)
Direto. À baliza adversária. Por vezes até em demasia. Faltou-lhe maior contenção e acerto na hora em que podia esticar jogo. Tentou, várias vezes, mas nem sempre com o rendimento desejado. Nota para o excelente remate (75’) para defesa apertada de Skorupski.

Cristiano Ronaldo (7)
906. A jogar assim será mais fácil chegar ao objetivo 1000. Simples, com critério nas movimentações, objetivo. Assim que conseguiu soltar-se da marcação cerrada de Bednarek criou perigo. Remate à trave logo no arranque, depois o golo, pleno de oportunismo, a aproveitar uma bola após remate de Leão ao ferro e, aos 54’, quando poderia bisar ‘ofereceu’ a Bruno Fernandes que desperdiçou. Saiu cedo (63’) com sentimento de dever cumprido.

OS SUPLENTES

Diogo Jota (5)
Audaz. Sempre a querer sair na profundidade, munca altura em que Portugal estava mais ‘encolhido’ no jogo. Conseguiu uma grande arrancada (86’), mas Bednarek tirou-lhe o pão da boca…

Trincão (5)
Regressado. Voltou a vestir a camisola da seleção, na última meia hora de jogo, o período mais complicado para Portugal. Com pouca bola para brilhar.

Otávio (-)
Curto. Uns segundos em campo… apenas para somar mais uma internacionalização.

Samu (-)
Estreante. Número 2. Depois de Renato Veiga, o médio somou os primeiros segundos com a camisola portuguesa.