VAR fechado

OPINIÃO02.04.202107:00

Percebe-se falta que faz quando não há; os putos dos sub-21; Alemanha perde mas ganha

Nada como um erro crasso que por acaso prejudicou a Seleção para se voltar a constatar ao vivo e a cores a importância do VAR, a diferença entre futebol pré-histórico, em que se acha piada discutir os lapsos de arbitragem e até se esquece que a bola é redonda, e contemporâneo, nova era em que se deseja serem os jogadores e treinadores os protagonistas antes, durante e depois dos jogos. A videoarbitragem não reduz a zero as falhas dos árbitros? É preciso distinguir questões relacionadas com a interpretação dos lances, por natureza mais suscetíveis de provocar discussão, de outras factuais que o VAR tem potencial para resolver em absoluto, porque não sofre de paralaxe e males do género. Fora de jogo ou não? Bola passou ou não a totalidade da linha de baliza ou lateral? Quando não há VAR, aí sim, percebe-se a falta que faz. Seja em Belgrado no Rajko Mitic em março de 2021, quando Ronaldo marcou e não contou, fosse em Lisboa na Luz em novembro de 1983, quando Chalana caiu dois metros fora da área e Portugal beneficiou de um penálti que o encaminhou para o Euro-1984 em detrimento da União Soviética.

Parecem bandos de pardais à solta, os putos dos sub-21. Mais uma geração de ouro, ao nível das melhores inclusive se os termos de comparação forem as fornadas de Queiroz de 89 e 91. E se subirmos o patamar para sub-23, antecipando mescla explosiva que poderá incluir ainda ausentes nesta fase de grupos do Euro, às atuais estrelas de Rui Jorge podem juntar-se Félix, Pedro Neto, Nuno Mendes, Rafael Leão, Baró, Fábio Silva, Tomás Esteves, Gonçalo Inácio... O futuro está nos pés deles.  

Antes de perderem com a Macedónia do Norte, os jogadores alemães entraram em campo com tarja alusiva à Declaração Universal dos Direitos Humanos, alerta crítico às deploráveis condições de trabalho na construção das infraestruturas do Mundial do Catar. A mannschaft saiu de campo derrotada, mas somou muitos pontos fora dele.