Tolerância zero ao erro vale para todos

Tolerância zero ao erro vale para todos

OPINIÃO24.04.202306:35

O empate ‘platónico’ do Benfica em San Siro, obtido ao soar do gongo, pode ter tido o efeito moralizador que os encarnados precisavam

Apressão de quem lidera, não se vê, mas existe, e pesa como chumbo sobre os ombros dos jogadores. Assim foi, e assim continuará a ser, nesta modalidade designada por desporto-rei, onde nada é certo ou seguro.

O atual caso do Benfica é paradigmático, e o jogo com o Estoril  mostrou como, aqui chegados, nada é fácil. Curiosamente, depois de ter perdido bem com FC Porto e Inter, e mal em Chaves, prejudicado por decisões com direito a jarra, a recuperação platónica em San Siro, transformando um 3-1 para os donos da casa num 3-3 que não salvou a eliminatória, mas pelo menos deu ânimo, pode ter representado o ponto de viragem de que o Benfica necessitava. A mesma utilidade moralizadora teve o triunfo magro de ontem, frente ao Estoril, que colocou ponto final numa série de quatro jogos sem ganhar, e mostrou Roger Schmidt a ter mais algum cuidado na  regeneração de jogadores que revelam evidente desgaste. A partir de agora, com uma semana entre jogos que permitirá que se recarreguem baterias, o Benfica poderá recuperar argumentos que mostrou no passado recente. E Barcelos vai dizer, já a seguir, se sim, se não.
 

UMA auscultação aos cibernautas de ABOLA.PT revelou que é esmagadora a maioria que deseja a continuidade de  Rúben Amorim à frente dos destinos do Sporting, o que é notável quando estamos na parte final de uma época que teve mais espinhos que rosas para os leões. Porém, a questão mais delicada vem a seguir: será que o Sporting, sem os milhões da próxima Champions, e obrigado a voltar a vender os anéis mais preciosos para conservar os dedos, vai  poder lutar em plano de igualdade com os rivais, na época de 2023/23, que classifica apenas o campeão (o segundo vai à terceira pré-eliminatória) para a nova versão da Liga dos Campeões, em 2024/25, que garante nove jogos na fase de grupos e prémios ainda mais gordos? É este nó górdio que Frederico Varandas deve desfazer, quiçá, como reza a lenda de Alexandre O Grande, com um golpe de espada, encontrando meios - quem sabe se investidores externos credíveis - que  garantam meios a Rúben Amorim para jogar, de facto, para ganhar a próxima Liga. Na verdade, o Sporting encontra-se numa encruzilhada histórica, onde ficar agarrado a dogmas do passado pode comprometer o futuro. 


ÁS – PEPE

O defesa central, de 40 anos, viu o seu contrato renovado por mais uma época - o que o coloca automaticamente nas contas de Roberto Martínez - depois de ter justificado, dentro das quatro linhas, que está apto a continuar a liderar não só o último reduto, mas a equipa do FC Porto. Como Baresi ou Maldini, uma longevidade no top.


REI – FREDERICO VARANDAS

Os valores em causa no aumento salarial do presidente da SAD do Sporting não chegam sequer a estar em linha com o que é praticado noutras paragens, de há muitos anos a esta parte. Trata-se, pois, no fundo, de uma falsa questão, embora o timing escolhido, na reta final da Liga, não tenha sido o mais feliz.  


DUQUE – CRISTIANO RONALDO

De quem foi, durante tantos anos, o melhor jogador do Mundo, e de quem devia ser um modelo comportamental para os jovens, esperavam-se atitudes mais dignas. Cristiano Ronaldo, cada vez mais mergulhado na vulgaridade, não tem estado ao nível que deve exigir-se ao capitão da Seleção Nacional. Ocaso penoso...