Sporting à Sporting
Este leão alimenta-se assim: meia-volta, instabilidade de regresso a Alvalade
Avitória na Liga Portugal 2020/2021, que os leões comemoraram euforicamente durante tempo de pandemia, não valeu só o 19.º título nacional e o final do jejum com princípio que recuava ao Campeonato ganho em 2001/2002. Teoricamente, esse êxito, histórico, simbolizava o sucesso na empreitada da mudança de ciclo perseguido com a contratação multimilionária de Rúben Amorim, técnico muito jovem, que não hesitou na mudança de Braga para Lisboa. De lá para cá, mais 1 Supertaça e 2 Taças da Liga na sala de troféus de Alvalade.
As vitórias alimentaram massa adepta faminta, recuperaram o orgulho de milhões de sportinguistas, obviamente ferido após anos e anos de muitos maus-tratos. Mas, no Sporting, meia-volta, regresso da instabilidade. Este leão vive segundo os princípios da incerteza, que não são os da teoria de Heisenberg, pois aqui falamos de futebol e não de mecânica quântica! Mais insucesso do que sucesso significa mais dificuldades no futuro, sobretudo no planeamento.
No Sporting, a derrota com FC Porto comprometeu até a preparação da época 2023/2024...
A derrota com FC Porto, para o Sporting, representa mais do que outra derrota - a 5.ª consecutiva frente aos dragões, o que constitui um recorde nos confrontos entre os dois emblemas! Também significa que os leões, à 20.ª jornada de Liga com 34 rondas e após a saída de cena da Taça de Portugal (Varzim) e a perda da Taça da Liga (FC Porto), arriscam 2022/2023 sem títulos.
Ao Sporting, esta época, sobram Liga Europa e Campeonato. Na primeira, amanhã, em Alvalade, joga-se a primeira mão do play-off de apuramento para os oitavos de final da prova, contra o Midtjylland, formação da Dinamarca eliminada pelo Benfica esta época, na 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões (4-1 cá, 3-1 lá). Aos leões, no frente a frente com estes nórdicos, sob risco de aumento nos decibéis da contestação, só não é admitida a eliminação! Já no segundo, título ao alcance apenas matematicamente, considerando os menos 15 pontos para Benfica, os 10 para FC Porto e os 8 para SC Braga.
Neste cenário, presença na Liga dos Campeões de 2023/2024 (quase) comprometida. Sem os muitos milhões da UEFA (estima-se a perda de 40!...), as contas do Sporting complicam-se. Aconteceria o mesmo com os rivais Benfica e FC Porto, igualmente superdependentes em termos orçamentais destas presenças na prova de clubes número um do futebol mundial. É outro foco de instabilidade! Para alguns lucros em vez de alguns prejuízos, venda obrigatória dos ativos mais valiosos, os jogadores.
O Sporting habituou-se a viver neste sobressalto. A equipa de Rúben Amorim não joga mau futebol, mas necessitava de mais argumentos para vencer FC Porto com treinador perspicaz. Apenas esta época, nos dois períodos de mercado, os leões, sempre pressionados por finanças muito frágeis, venderam três campeões: Palhinha, Matheus Nunes e Porro. Os princípios de jogo não mudaram, mas os impactos das perdas ameaçam até a preparação de 2023/2024!