Se queres a paz, prepara-te para a guerra

OPINIÃO07.08.202003:30

Os reforços

Eu nem quero dizer nada, até as coisas estarem oficializadas, mas a verdade é que só os rumores sobre os nomes aventados como possíveis reforços do Dragão já me entusiasmam como há muito tal não sucedia. Vamos a eles!

«Só a dose faz o veneno»  
(Paracelso)

Sorriam. E ficamos todos desde já alertados para o seguinte: uma boca sensual, uns olhos luminosos, um nariz elegante e uma pele perfeita não garantem, per si, um rosto atraente. Trata-se aqui de um caso típico em que o todo é inferior à soma das respectivas parcelas. Reversamente, como se estivéssemos num jogo de espelhos, rostos há que, embora sem dispor de uma qualquer peça anatómica dotada de especial distinção, conseguem cativar de imediato a admiração geral. Trata-se, portanto, de caso manifesto em que o total é superior à adição de todas as partes. Significa isto que é então na relação entre as coisas, nomeadamente na proporção da correspondente participação, que reside a fórmula mágica que permite chegar cada vez mais perto da perfeição.
Assim também na gastronomia: os ingredientes até podem ser todos de primeiríssima qualidade, mas basta qualquer um - o sal, por exemplo - contribuir em excesso, ou em defeito, para todos os demais ficarem igualmente afectados. Ou seja, o prato todo ficará ou salgado ou insosso. E o que ora ficou dito aplica-se igualmente para qualquer conjunto de homens que devam agir de forma coordenada. Mesmo que alguma mãe plena de orgulho no seu filho garanta que ele marcha sempre com o passo certo, enquanto todos os demais soldados do regimento vão com o passo trocado.
E será que também tais critérios valem ainda no desporto, nomeadamente nas modalidades colectivas e muito em especial no futebol?  A resposta é evidente, imediata e peremptória: sim, claro que sim! A começar na escolha do plantel e a continuar na definição de quem deve fazer o quê, onde e quando.
Em suma, para que as coisas corram bem impõe-se prevenir as que podem correr mal. O que só será possível se também estas forem conhecidas. Ou, como ensina o brocardo romano, «se queres a paz, prepara-te para a guerra» (se vis pacem, parabellum).