Recuperar investimento
EXISTEM contratações pontuais interessantes de jogadores já experimentados. Sobretudo numa liga portuguesa e se existir a possibilidade de contratação a zero, ou seja, não se pagando ao clube de origem. O que permitirá apostar num prémio de assinatura e num salário condizente com a relevância que é expectável que tal jogador venha a aportar para o seu futuro clube. Contudo, por vezes, existe um risco associado a este tipo de contratação, em particular, quando é executado por clubes cuja estratégia e aposta no mercado passa por outros objetivos como a aposta na formação interna ou em jovens jogadores externos. Tem sido o caso do Bayern de Munique nos últimos anos, onde a atual média de idade do plantel na presente época é de 25,45. Os bávaros são conhecidos por várias políticas na contratação de jogadores, constituindo uma delas a assinatura por apenas uma época desportiva de jogadores com idade superior a 30 anos. Depois logo se vê se renovam ou não, consoante o desempenho e relevância desportiva. Além da relevante exceção chamada Neuer (e da necessidade que teve em contratar Sommer por 8 milhões de euros ao Borussia Monchengladbach para assegurar experiência determinante na baliza), os trintões de Munique contam-se pelos dedos de uma mão: Blind com 33 anos, veio a zero, assinou em janeiro de 2023 e tem contrato até junho de 2023; Sarr tem 31 anos, chegou ao clube na casa dos 20 por 8 milhões de euros (com contrato até 2024), tendo feito apenas 27 jogos com um total de 1.084 minutos, o que revela prejuízo; Muller é um indiscutível da casa aos 33 anos e ainda temos Choupo-Moting (34 anos) que aterrou em 2020 a custo zero mas que já marcou 35 golos, o que lhe valeu uma renovação pelo meio. Desenquadrado do cenário típico de transferências na Baviera surgiu, até junho de 2025, Sadio Mané com 31 velas sopradas mas com um custo associado de 35 milhões entregues nos cofres do Liverpool. A esperança era lógica num jogador determinante em tudo o que os reds da cidade dos Beatles venceram com ele em campo. Mas quando a estratégia se desvia da história, algo de anormal tem tendência a acontecer: prova isso a quezília deste com Sané no pós-jogo frente ao City esta semana.