Portugal, anfitrião do Mundial
Fernando Gomes deixa o seu nome gravado a letras de ouro no futebol português
Fernando Gomes e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) estão de parabéns, e o País tem razões para estar grato. A candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos à organização do Campeonato do Mundo de 2030, vai acolher 101 dos 104 jogos da competição, ficando os outros três reservados, simbolicamente, porque é ano de Centenário, para o Uruguai (onde se disputou o primeiro Mundial em 1930), a Argentina e o Paraguai.
Contas feitas, os três estádios portugueses com condições para acolher jogos (mínimo de lotação é de 40 mil lugares, sendo que a partir dos quartos de final passa para 60 mil), Luz, Alvalade e Dragão, devem receber cerca de duas dezenas de encontros, talvez um pouco menos, o que representará um novo boom de visibilidade para o nosso País, que em pleno Verão não deixará de ser destino também para os turistas do futebol que vão ver jogos aos países vizinhos. Depois da Expo 98, do Euro 2004 (um e outro criaram infraestruturas que não tínhamos e que viabilizaram a realização de centenas de eventos), depois da capacidade que o nosso País revelou ao acolher a Jornada Mundial da Juventude, estamos na antecâmara de novo salto quântico, graças ao futebol. E sendo verdade que não precisamos de construir estádios (isso fez-se há vinte anos), haverá um caderno de encargos, assumido pelo Governo, que dotará Portugal de melhores condições viárias, ferroviárias, hoteleiras, e de capacidade de resposta dos serviços de saúde. Sem dúvida que os Velhos do Restelo do costume não deixarão de vir clamar contra o que se vai gastar. Deixá-los falar! Porque, tal como sucedeu em todos os outros grandes eventos que fizeram crescer o País, não estamos perante despesa, mas sim investimento no futuro.
Para que a candidatura que começou por ser ibérica vingasse, foi necessária muita habilidade diplomática, especialmente na entrada de Marrocos no bilhete para 2030. Garantida assim uma larga maioria dos votos africanos, a vitória começou a desenhar-se, nítida, no horizonte. De fora fica a Ucrânia, que precisamente há um ano, em Nyon, perante Alexander Ceferin, foi apresentada como parceira de Portugal e Espanha. Sem que se veja fim à vista para a guerra movida pela Rússia, a saída da Ucrânia era inevitável.
PS - Que extraordinário fim de mandato de Fernando Gomes!