Porque não falam?

OPINIÃO23.04.202107:05

Ronaldo e Messi em... silêncio; números que assustam; exemplo no tatami

1. Ainda antes da globalização já o futebol era global, única modalidade com forte implantação nos quatro cantos do planeta, inclusive nos países em que não é desporto-rei. Mesmo tratados como simples consumidores, tantas vezes sem o respeito que merecem por parte dos clubes, como se constata na decisão dos 12 fundadores da já defunta Superliga sem sequer consultarem as bases de apoio, os adeptos dispensam aos emblemas do coração paixões assolapadas e amores incondicionais. Vibram com os feitos dos seus heróis, seja qual for a correlação de forças, porque é naquele retângulo verde que tudo se decidirá, independentemente dos recursos à disposição. Garantir lugar numa prova por decreto, sem valorizar a essência de competir, é o contrário de tudo aquilo que nos ensinaram e tentamos passar aos nossos filhos - só com trabalho, humildade, espírito de sacrifício, capacidade de sonhar e alguma sorte, claro, é possível subir ao Monte Olimpo reservado para cada um de nós. Antigos e atuais jogadores, nas redes sociais ou de viva voz, criticando a Superliga sem tecerem loas à UEFA, manifestaram-se contra o projeto dos Dirty 12. Com 11 Bolas de Ouro, Messi (6) e Ronaldo (5) mantêm-se em silêncio. Um silêncio que vale por mil palavras, nada abonatórias para os maiores responsáveis pela universalidade do jogo no século XXI. Por que não falam?

2. Estudo do Observatório do Futebol, com jogos desde 1/7/2019  de 37 provas europeias, revela que a Liga portuguesa é a 5.ª com menos tempo efetivo de jogo (58,3%), a 4.ª com mais faltas (31,7 por jogo) e a 10.ª com mais tempo perdido para se marcarem faltas (32,2 segundos!). No intervalo das discussões sobre arbitragem e outras de lana-caprina, era bom olhar para estes números.  

3. O legado de Telma Monteiro não se esgota nas medalhas. Ao vê-la combater no tatami impressiona, isso sim, a forma como desafia os limites sempre no limite. Um exemplo.