Laurindo Filho acredita que o grego será o principal perigo para a baliza do Mónaco.
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Pavlidis: era só uma questão de tempo

Bruno Lage teve a paciência que o internacional grego merecia e foi recompensado: 13 golos em 14 jogos mostram a consistência que levaram Roger Schmidt a pedir a Rui Costa a sua contratação

Diz-se que a paciência é a mãe de todas as virtudes no futebol. Felizmente para Vangelis Pavlidis que Bruno Lage a teve, sem nunca deixá-lo cair mesmo quando a seca de golos do internacional grego deixava os benfiquistas à beira de um estado de nervos, ainda tendo presente a inconsistência dos anteriores donos do lugar, sem que nenhum fosse merecedor de usufruir do estatuto de titular (Arthur Cabral, Tengstedt, Musa e Marcos Leonardo, estes em metades distintas da temporada).

A história parece de uma era distante, mas não foi assim há tanto tempo que o internacional grego entrava em cada jogo do Benfica com a espada de Dâmocles sobre a cabeça. Não só os números eram fracos, como do outro lado da Segunda Circular continuava a assistir-se ao desfiar de qualidades (e golos) de Viktor Gyokeres, um jogador que custou aos campeões nacionais apenas mais dois milhões que o antigo ponta de lança do AZ Alkmaar.

Mas ao contrário dos seus antecessores, Pavlidis parece ser feito de outra casta. Em primeiro lugar, do ponto de vista mental: em quase nenhum momento notou-se, na sua expressão corporal, um assomo de desespero, como tem sido normal assistirmos, por exemplo (e não foram assim tão poucas as vezes) no portista Samu.

Em segundo lugar – que é o mais importante – mesmo quando não faturava, o resto estava lá: timing certo na desmarcação, apoios frontais de avançado colaborativo criterioso e boa capacidade de pressão nos defesas contrários. Faltava apenas um clique ou a metáfora do ketchup – que o grego aliás nunca gostou, talvez na única vez que lhe observámos algum desconforto. Que chegou com aquele hat trick ao Barcelona, no jogo mais louco até agora realizado na Luz na presente temporada (4-5).

Os números estão aí: 13 golos nos últimos 14 jogos revelam a mesma  consistência exibida nos Países Baixos e que levou Roger Schmidt a pedir a Rui Costa a sua contratação. O que nos provoca outra conclusão: os jogadores que o antecessor de Bruno Lage (estivera dois anos no PSV), apresentam uma taxa de sucesso bastante satisfatória: Aursnes foi um achado, Pavlidis entrou em velocidade de cruzeiro e Orkun Kokçu, apesar dos altos e baixos, mostra ter coisas que mais nenhum outro médio em Portugal tem – embora o internacional turco precisa de ser protagonista a full time para justificar, de uma vez por todas, o estatuto de jogador mais caro do clube.