A BOLA DE BERLIM Ó tempo, anda para trás
LEIPZIG – Foram necessárias várias viagens, muitos quilómetros nas autoestradas da Alemanha, para percebermos o que se passava. Berlim-Leipzig, Leipzig-Hamburgo, Hamburgo-Leipzig, Leipzig-Berlim-Leipzig. A rotina é sempre a mesma: entramos no carro, registamos o destino no GPS e iniciamos viagem que acaba por demorar mais do que o previsto. A convicção inicial foi a de que a culpa era da linha amarela. Aquela que aparece no asfalto, a corrigir as marcações das estradas, por causa das obras que estão por todo o lado, e que depois surge também no sistema de navegação, a indicar um congestionamento naquela zona. Ao fim de duas semanas percebemos que a culpa era nossa, e não do GPS, que logo à partida consegue prever o efeito dos condicionamentos. Afinal o problema está na velocidade que atingimos nos troços em que não há limite, nos quais ficamos abaixo da média esperada. O André queixa-se que é do carro, dentro dos padrões portugueses, mas modesto para a realidade germânica. Por mim está bem assim. A velocidade e o carro, se a empresa de aluguer não precisar dele no fim desta maratona.