O regresso dos adeptos ao estádio

OPINIÃO08.01.202305:30

Comparando as 13 primeiras jornadas desta época e as da anterior, registamos incremento de 88,5 % de espectadores na Liga Portugal Bwin

ALiga Portugal organizou, no passado dia 20 de dezembro de 2022, no Porto, a segunda edição do Media Partners Day, num conceito diferente de comunicação com a Comunicação Social. Em agosto, na primeira edição, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, apresentou eixos de intervenção para 2022/2023, como o regresso do público aos estádios após a pandemia de Covid-19, o aumento do tempo útil de jogo e a celeridade processual, entre outros. Ficou prometido um primeiro balanço intercalar desta época e este foi realizado na segunda edição do Media Partners Day, com ponto de partida o primeiro terço da temporada, com as 13 primeiras jornadas jogadas até à pausa do Mundial do Catar.

Os indicadores mostram-nos que estamos no bom caminho em várias frentes. Um dos maiores desafios foi o do regresso do público aos estádios. 2022/2023 representa a primeira temporada sem constrangimentos, depois de uma pandemia de Covid-19 que nos obrigou a terminar 2019/2020 sem público, a jogar 2020/2021 sem pessoas nas bancadas (com exceção a algumas partidas do Santa Clara, nos Açores) e a um 2021/2022 ainda condicionado. Comparando as 13 primeiras jornadas desta época e as da temporada anterior, registamos um incremento de 88,5 por cento de espectadores na Liga Portugal Bwin e 20,4 por cento na Liga Portugal SABSEG. Números na linha de 2018/2019, a última temporada pré-pandemia, e que plasmam o trabalho que está a ser desenvolvido, com um espetáculo mais seguro para as famílias, reforçado pelo trabalho da Direção de Segurança da Liga Portugal e na área da saúde, sem esquecer o importante, mas obrigatório investimento na tecnologia do videoárbitro. A partir de 2023/2024, com a implementação do VAR na Liga Portugal SABSEG, todas as partidas das competições profissionais terão o auxílio do VAR, o que assegura maior emoção e, acima de tudo, o reforço da verdade desportiva.

Além do espetáculo seguro, outra parte essencial é, também, a de o tornar atrativo, de proporcionar uma boa experiência aos adeptos, os clientes que consomem o espetáculo e que financiam, direta ou indiretamente, a indústria. No primeiro Media Partners Day explicámos o conceito do #NãoPára, o mote para 2022/2023, assente na premissa de que o futebol tem de ser um jogo fluido, sem quebras e de que tínhamos, num esforço conjunto, de aumentar o tempo útil de jogo. Este é um caminho longo, um problema cultural que precisa de ser resolvido desde a formação, mas onde o futebol profissional assumiu a liderança no processo.

Concluímos as primeiras 13 jornadas da Liga Portugal Bwin com uma média de 55,6 por cento de tempo útil de jogo. E, como registámos neste espaço, falamos de uma luta comum, não de fenómenos localizados e esporádicos, antes de processos consolidados. Basta observarmos a estratégia da FIFA no Mundial, com tempos mínimos de compensação largos, alguns na ordem dos 10 minutos, devido às instruções recebidas pelos árbitros para não terem contemplações com perdas de tempo, fossem por substituições, intervenções do VAR ou paragens para assistência médica. Hoje começa a ser comum termos partidas com índices de tempo útil nos 65 por cento e esses exemplos são divulgados pela Liga Portugal, com a instituição de um prémio às equipas com média de tempo útil mais elevada e de campanhas e iniciativas, em parceria com os clubes, de promoção a um melhor espetáculo.

O esforço conjunto entre jogadores, treinadores e árbitros, com a exigência decisiva dos adeptos, começa a dar frutos e chegará o tempo em que uma partida com 65 por cento de tempo útil de jogo será regra e não exceção.