O dilema (de) Ronaldo

OPINIÃO04.07.202206:55

O Manchester United está pior do que em maio e Ronaldo desespera

RONALDO deixará o Manchester United se o entender. A questão é mais para onde. O prejuízo de o reter contrariado é sempre maior do que os benefícios em mantê-lo, mesmo que os golos que marca estejam sempre presentes na discussão. Alguém ou toda a equipa em conjunto terá de absorvê-los. Ter um qualquer desligado já é mau, porém, se esse jogador tiver a dimensão de Ronaldo, as consequências podem ser devastadoras. Ainda mais num clube tão pouco sólido na atualidade.

Não se trata de dinheiro. É ambição. Ronaldo quer voltar a vê-la em Old Trafford, num momento em que as portas apenas se abrem para saídas. Reforços nem vê-los. Malacia, um lateral-esquerdo, deverá ser o primeiro a entrar e é curto, porque saíram nomes de peso e outros foram dispensados. Frenkie de Jong é fundamental para o processo Ten Hag, tal como Timber, Lisandro Martínez ou Antony, todavia nem estes nem os clubes vendedores parecem convencidos. O Man. United está pior do que em maio e Ronaldo desespera. Não só não há estrelas a chegar (o que seria o seu desejo) ou sequer elementos nucleares para a ideia (mais o de Ten Hag), como também os candidatos a abater estão sólidos e outros, como Tottenham e Arsenal, crescem.

Haverá ainda a dúvida: como encaixar alguém que precisa de dez companheiros à volta numa equipa que necessita que este faça parte do processo. Será que Ronaldo conseguirá participar na fluidez do ataque ou oferecer-se à pressão e à contrapressão, fundamentais para o equilíbrio defensivo? Pois.
O insucesso gera dúvidas, o gigante adormecido não seduz como antes (sem Ronaldo, teria mais um problema para resolver) e o português não tem à vista, aparentemente, emblema que lhe ofereça, ao mesmo tempo, o que não dispõe nos Red Devils: ambição, modelo que o potencie e Champions.