Neymar vai cumprir destino de suceder a CR7 e Messi?
Cristiano Ronaldo e Lionel Messi têm dominado a última década do futebol mundial. Em todos estes anos de liderança global repartida, apenas em 2010 terá aparecido quem pudesse intrometer-se na hegemonia do português e do argentino: A Andrès Iniesta, campeão do mundo na África do sul e autor do golo da Espanha à Holanda em Soccercity, teria ficado bem a Bola de Ouro…
Mas a verdade é que Cristiano Ronaldo, 33 e Leo Messi, 31, não vão para mais novos e embora continuem a assombrar com uma qualidade extra terrestre, chegará inevitavelmente o dia do render da guarda. E quem se perfila como «a melhor coisa a seguir»? Apesar do talento de Éden Hazard, apesar da eficácia de Harry Kane, apesar da geometria no espaço de Philippe Coutinho, apesar ainda da categoria de Griezmann, a verdade pura e dura é que Neymar Júnior tem quase tudo para ser o sucessor de CR7 e Messi. Falta-lhe, porém, alguma coisa…
Tanto Cristiano Ronaldo quanto Leo Messi conseguiram, ao longos dos anos, colocar a sua genialidade ao serviço do coletivo. É certo que quando estamos perante jogadores deste gabarito, qualquer treinador se sente na obrigação de encontrar a melhor fórmula para potenciar o génio que Deus colocou dentro deles. Mas CR7 e Messi foram compreendendo que no futebol ninguém ganha nada sozinho e até por isso escolheram equipas que também os têm ajudado.
Ora, Neymar ainda não alcançou esta dimensão e, aos 26 anos, é bom que pense muito seriamente na vida, isto se quiser sentar-se no trono que tem sido do português e do argentino.
Neymar não pode entrar em campo preocupado com o penteado e a pedir uma bola só para ele. Neste Mundial, o astro canarinho é o jogador com mais tempo de posse de bola (9m48s), aquele que mais dribles fez e aquele também que mais vezes falhou passes. É também recordista de faltas sofridas (17). Ou seja, estes números apontam-nos para um quadro de egoísmo, que não só penaliza a fluidez do jogo do Brasil, como acaba por tirar brilho e eficácia a Neymar. O craque do PSG (que não é, manifestamente, o clube indicado para quem quer mandar no mundo) não pode cair cada vez que o vento sopra mais forte, nem ser o jogador mais rematador do Campeonato do Mundo (16 remates, 8 dos quais enquadrados), e só ter um golo para mostrar. Por exemplo, Cristiano Ronaldo rematou 15 vezes e marcou quatro golos…
Antes do Brasil jogar com o México o mata-mata dos oitavos de final, a pergunta que fica é esta: Será que Neymar vai, finalmente, soltar o fantástico jogador que há nele e abandonar o lado circense que só o prejudica?
E porque estamos perante um talento na linha dos melhores jogadores de sempre do Brasil, Pelé, Ronaldo Nazário, Ronaldinho Gaúcho, temos o direito, e até o dever, de sermos implacavelmente exigentes.
Seria um desperdício sem fim se Neymar não cumprisse o seu destino de sucessor de CR7 e Messi.