Máventura

OPINIÃO17.12.202105:20

Boaventura pavoneou-se, no Seixal, enquanto cicerone do pai de Waldschmidt

TER sido o maior vendedor de kits do Benfica na zona norte após o seu ídolo ter sido nomeado presidente do clube e da SAD no pós-outubro de 2003, levou César Boaventura, anos mais tarde, a embrulhar-se tanto no futebol como em processos judiciais. E ainda teve tempo para mostrar dotes de ator, enquanto surgia encurralado no interior de uma viatura por um dirigente desportivo. Não existe explicação possível ou lógica para que intermediários desportivos com o perfil de Boaventura surjam associados a negócios na ordem dos milhões com SAD nacionais. Ainda para mais, quando tudo é dúbio e anuviado em relação às  figuras, ora porque surgem relacionados com investigações de corrupção associada ao desporto, ora porque foram declarados como insolventes ou não têm ponta por onde se pegue de experiência no meio, profissionalismo ou credibilidade. Boaventura gozou de moral mediática só benéfica para ele quando, ao mesmo tempo, intoxicava o universo benfiquista. Prova disso é quando se ouve uma sua entrevista em que declamava que havia participado influentemente na contratação de Gabigol mas que não havia ganho um euro. Não é só o pobre que desconfia quando a esmola é muita. Todos devemos desconfiar quando se ouve que alguém trabalhou de borla neste mundo que é o futebol. Enquanto o Benfica era assolado com investigações judiciais, Boaventura pavoneou-se, no Campus do Seixal, enquanto cicerone do pai de Luca Waldschmidt um ano antes deste ser contratado e servindo de seu chauffeur. Volvido 12 meses, o insolvente entendeu que tinha direito a apresentar-se como parte na transferência do jogador para a Alemanha. Alguém lhe deu tal moral como noutras situações passadas. À altura, Rui Costa esteve bem ao evitar a sua presença na mesa de negociações mas gerou-se confusão com a publicação de uma foto novamente com o pai do atleta nas instalações germânicas acompanhada de um share location. O pai de Luca deve ter questionado o que fazia ali o motorista mas e os sócios?