Em Guimarães manda o FC Porto

Neste milénio, os dragões só lá perderam duas vezes para a Liga e nos últimos sete anos e meio venceram sete jogos e só empataram um; derrotados em 2016 por... Sérgio Conceição

É um jogo difícil. Quantas vezes não ouvimos treinadores e jogadores baterem nesta ‘tecla’? Uma deslocação ao reduto do V. Guimarães não é confortável para nenhum dos grandes, mas o FC Porto não tem grandes razões de queixa. Neste milénio, para a Liga, só lá perdeu duas vezes e nas últimas oito ocasiões somou sete triunfos e apenas concedeu um empate. Para o FC Porto, são sete anos e meio a sair ileso do castelo. Em Guimarães, nos últimos 24 anos, mandam os dragões, com pouquíssimas exceções, é o que revela o padrão de resultados no campeonato.

O atual bom momento do conjunto de Rui Borges impõe, contudo, respeito e, sim, é mesmo um jogo difícil para os azuis e brancos, depois de uma dura batalha em casa contra o Farense e uma vitória arrancada a ferro com golo de Samu, apesar das inúmeras ocasiões flagrantes criadas pelo FC Porto. Na temporada passada, os dragões venceram no D. Afonso Henriques por 1-2, golos de Zaidu e Francisco Conceição, mas os vitorianos aplicaram o mesmo ‘placard’ na vista ao Dragão, na 2.ª volta da Liga, ganhando de forma surpreendente.

Feito este apanhado, um FC Porto estabilizado e com índices de confiança elevados era tudo o que não existia na última vez que perdeu em Guimarães. Foi uma semana difícil para Sérgio Conceição. Não se deixem atraiçoar pela memória, Conceição era o treinador do Vitória em janeiro de 2016, mês fatídico para Lopetegui, despedido uma semana antes do comando dos portistas.

Com jogo frente aos dragões, Conceição foi apanhado numa espiral de notícias apontando-o como número 1 à sucessão. E era, efetivamente, o preferido. Ainda assim, liderou o Vitória nessa jornada e ganhou, por 1-0, golo de Bouba Saré após fífia monumental de Casillas. Rui Barros, o interino do FC Porto, não foi à sala de imprensa, mas Conceição, revoltado e emocionado, puxaria pela dignidade e até pelos laços familiares para atacar os quem achou que iria, por assim dizer, baixar a guarda.

«Os meus pais transmitiram-me princípios fantásticos como sinceridade e dignidade. O que se passou durante a semana… sofri com isso tudo», disse. O interesse do FC Porto em Conceição caiu ali, naquele exato instante. Depois de um ano no Nantes, a mudança para o Dragão concretizou-se mesmo, com o sucesso que se conhece e para o qual Vítor Bruno contribuiu como adjunto: três Ligas, quatro Taças de Portugal, uma Taça da Liga e três Supertaças.