Manobra memorável. Bravo, Miguel!

OPINIÃO28.08.202004:00

Miguel Oliveira

Mais cedo ou mais tarde tinha mesmo de suceder. Felizmente, foi mais cedo. Na verdade, não era expectável que o primeiro triunfo de um português numa prova de MotoGP surgisse logo numa das primeiras provas do Mundial. Sobretudo porque a temporada de estreia de Miguel Oliveira na categoria maior do motociclismo não havia sido particularmente brilhante. Não menos verdade é que a moto da altura em nada era comparável com a presente. Só que esta última tornou-se entretanto, de uma época para a outra, numa das melhores, se não mesmo na melhor, de todo o pelotão. Recorde-se que já antes da vitória de Miguel a KTM havia obtido outro triunfo, através do sul-africano Darren Binder.

Mas o que agora mais importa é celebrar o futuro. A este respeito talvez não fosse de todo despropositado adoptar alguma contenção, pois proclamar de antemão a conquista de ceptro de campeão mundial, com base num primeiro sucesso, ainda que conseguido de forma épica, talvez possa ser entendido como arrogante. Até porque o campeão em título, um tal Marc Márquez, deve voltar a competir brevemente… Mas palavras são palavras e não foram estas quem realizou, na derradeira curva da última volta ao circuito, uma manobra memorável que o guindou da terceira posição à vitória, sem ter liderado a prova em algum momento… Bravo Miguel!

Anúncio: vem aí um recorde brutal!

O norueguês Karsten Warholm bateu esta semana o recorde da Europa nos 400 metros barreiras, que já lhe pertencia desde agosto passado, ao percorrer a distância em 46,87 segundos no meeting de Estocolmo, segunda prova da Liga de Diamante. Mais: o atleta norueguês, bicampeão mundial da distância, já era o detentor do melhor registo mundial do ano (47,10), pelo que alcançou agora a segunda melhor marca de sempre. Ficam só a faltar dez longos centésimos para ultrapassar o recorde mundial fixado em 46,78 pelo atleta norte-americano Kevin Young no já longínquo ano de 1992. Mas aposto  que não passa de  2020!