‘Hat trick’

OPINIÃO25.06.202107:05

O dom de João Moutinho; os desequilibradores; salta Neemias Queta

Bola para um lado, guarda-redes para o outro, João Moutinho batia Fabianski, Portugal dava o terceiro de cinco passos para eliminar a Polónia no desempate da marca dos 11 metros nos quartos do Euro-2016 e Ronaldo, nesse 30 de junho do ano da nossa glória, mostrava que valia a pena ter confiança no companheiro. «Anda bater, anda bater, anda! Tu bates bem! », afirmou, então, CR7, concluído o prolongamento. Mesmo a caminho dos 35 anos, a fiabilidade do médio continua a ser evidente e, após a partida para esquecer de Portugal ante a Alemanha, não custa adivinhar o que Fernando Santos disse a Moutinho na preparação do duelo com a França: «Anda equilibrar, anda equilibrar, anda! Tu equilibras bem.» Já se sabe que não há desafios iguais - conforme poderia sublinhar o comentador francês La Palice - e a subida de produção da Seleção Nacional não se deveu só à capacidade de gerir os tempos de jogo ou à forma inteligente de ocupar os espaços ou ao dom do jogador do Wolverhampton de antecipar o que está prestes a acontecer. Certo é que, quando a equipa das quinas parecia correr o risco de se desnortear, nada como uma bússola em campo para recuperar o sentido de orientação e rumar aos oitavos de final.

Se João Moutinho - lançado na Europa por José Peseiro num Feyenoord-Sporting que testemunhei numa viagem inesquecível com o Mário Nóbrega e o Rui Baioneta - equilibrou, Rui Patrício, Renato Sanches e Ronaldo… desequilibraram. O guarda-redes, a grande figura de Portugal no Euro-2016, salvo melhor opinião, assinou a mais brilhante intervenção de que me lembro nos últimos tempos, para desgosto de Pogba; o médio empurrou a equipa para a frente, nada de novo, diga-se, mas agora sem vacilar taticamente a defender; o avançado nem é preciso explicar porquê...

Já vimos Portugal ser campeão da Europa de futebol, continuamos à espera de ver um português na NBA. Neemias Queta, natural do Barreiro, é candidato ao Draft.  Que dê o salto!