Florentino é a chave
Roger Schmidt tem um modelo e são os jogadores que têm de adaptar-se
A S pré-épocas são sempre perigosas. Já perdi a conta a quantas vezes disse e escrevi isto. O que se vê tem demasiadas condicionantes e variáveis. Mesmo assim, é difícil que, numa pré-época em que o Benfica se tem preocupado com a revitalização da desgastada imagem do seu diretor desportivo perante os adeptos - basta olhar para as reações nas redes sociais -, o grupo tenha sido reconstruído em tempo recorde com relativo sucesso.
É verdade que Mario Gotze fugiu, Ricardo Horta ainda foge, há a indecisão Grimaldo e falta ainda tanto um guarda-redes mais completo, que tem de ser prioridade e não uma opção à saída de Vlachodimos, como também profundidade (uma segunda linha de backup) para o novo modelo, porém os encarnados estão perto de cumprir o plano com que partiram para a nova temporada. O resto é tempo, escasso devido à pré-eliminatória da Champions, emagrecimento e retoques finais.
Se Bah só surpreende quem não o conhecia, surpreende mais que esta faceta pressionante e de leitura posicional de Florentino, que tão útil poderia ter sido nos últimos anos, seja desconhecida para muita gente. O médio permite que Weigl e João Mário subam no terreno para papéis que têm bem mais a sua cara, respetivamente a 8 e a 10, e pode ser elemento-chave da temporada encarnada, mesmo que todos os olhos estejam nos reforços. É cedo, é certo, não foram tomadas todas as decisões neste defeso, mas é um dos bons sinais para já.
Roger Schmidt tem um modelo, do qual não abdica, e são os jogadores que têm de adaptar-se: linha defensiva alta, pressão agressiva, contrapressão fulminante e largura total em posse, com os extremos por dentro. Ideias que fazem duvidar de que todas as soluções estejam encontradas. No entanto, as primeiras decisões do alemão não falham na lógica.