Félix e o talento

OPINIÃO19.03.202106:00

Fasquia continua demasiado alta; Conceição e reforços;o nosso braço direito

Quando a luz de Rui Vitória se apagou aos olhos de Vieira e o presidente do Benfica apostou em Bruno Lage, o novo homem do leme lançou sem reservas João Félix, decisão que mudou a história da Liga 2018/2019, à data aparentemente perdida para o FC Porto, dele próprio, que se sagraria campeão, e do jogador, transferido para o Atl. Madrid por €120 M. Na pré-época, apresentou-se num dérbi com o Real num 7-3 para o qual contribuiu com um golo e duas assistências, nos EUA. Ao preço que custara juntava-se primeira impressão tão favorável que elevou as expectativas para um patamar que o português continua sem atingir. Em 69 jogos (15 completos), o último em Stamford Bridge no adeus do Atlético à Champions, soma 19 golos, dois em 14 desafios em 2021 - tanto potencial justificava mais rendimento e menos azia com algumas opções de Simeone. «Há exemplos de jogadores com muito talento e depois faltou-lhes algo para chegarem ao top», disse Félix, na véspera da partida com o Chelsea. Aos 21 anos, eis declaração para memória futura com o desejo de que nunca possa ser autobiográfica no fim da carreira.

«É minha intenção e do Sérgio Conceição renovarmos o contrato», disse Pinto da Costa, palavras que deixam o treinador sem muita margem de manobra para, entretanto, desmentir o presidente que tanto admira e abraçar novo projeto concluída época em que brilha na montra da Champions. Sem reforços em 2017/2018, quando chegou, exceção a… Vaná, o técnico perdeu desde então Ricardo Pereira, Dalot, Militão, Felipe, Brahimi, Herrera, Alex Telles ou Danilo, só para citar potenciais titulares. Para convencer Conceição a permanecer, talvez seja boa ideia investir na melhoria do plantel parte dos €200 M ganhos pelo técnico na prova milionária.  

A qualificação do andebol para os Jogos Olímpicos é marco histórico nos nossos desportos coletivos - e aquele remate de Rui Silva com o braço direito de Quintana será eterno.