Engenheiro e obra
Evoluir é o caminho da Seleção; avisem primeiro os jogadores; Neymar e o 24
1. «É bom termos de novo 82 milhões de selecionadores em vez de 82 milhões de virologistas no país», assim ironizava o alemão Goretzka antes do Europeu, quando se adivinhava uma folga no escrutínio aos especialistas no combate à pandemia para se poder esmiuçar as preferências dos técnicos. Não vale a pena entrar na discussão típica de treinadores de bancada que acham sempre que o jogador ausente no banco, na bancada ou até aquele que ficou fora da convocatória é que eram a solução dos problemas. Fernando Santos escolheu um caminho e guiou-se pelas coordenadas que deixara na memória do GPS de 2016 em França. Mais que discutir se foi a opção correta - ao homem que nos guiou a um Euro e uma Liga das Nações e, sobretudo, ao mais competente gestor de balneário da história da equipa das quinas há que dar o benefício da dúvida - talvez se justifique realçar que no registo escolhido pelo engenheiro a obra não ficou com alicerces seguros. Se a ideia era dar a iniciativa ao adversário, defender bem e esperar pela oportunidade certa para fazer estragos em contra-ataque, não resultou - quatro jogos, sete golos sofridos, outros tantos marcados, só três de bola corrida. E agora? Fazer revolução como se tudo estivesse mal? Assobiar para o lado e fingir que nada há a melhorar? É tempo, simplesmente, de evoluir, porque há matéria-prima para abrir uma via diferente em direção ao sucesso.
2. O CEO Domingos Soares de Oliveira alertou para a eventual necessidade de «reduzir salários» caso o Benfica falhe a Champions. Só faltou acrescentar… se os jogadores aceitarem.
3. Um tribunal do Rio intimou a CBF a explicar porque não há n.º 24 nos 24 da canarinha - passa-se do 23 para o 25 - na Copa América, após queixa de grupo LGBT. No Brasil, o 24 está associado ao veado no Jogo do Bicho e a conotação homofóbica surge pela proximidade fonética com viado [gay]. Que poderia fazer pela causa ver Neymar com o 24?