CR7 com gás

OPINIÃO18.06.202107:05

Fernando Pessoa, cafeína e cevada; de Shankly a Eriksen; grande Jorge Fonseca

Melhor marcador da Seleção (106 golos), jogador que mais vezes vestiu a camisola das quinas (176), que mais golos (11) assinou em fases finais de Europeus, que em mais ocasiões participou (cinco), mais jogos realizou (22) e mais partidas venceu (12) na competição, eis alguns dos recordes de Ronaldo, só para citar os que consolidou e bateu em Budapeste. Feita uma pausa para carregar em f5 e refrescar a página de proezas do português, não tenha batido, entretanto, outro máximo, constata-se que CR7 iniciou a prova a todo o… gás. Ao bis nas redes de Gulácsi, juntou, na véspera, entrada a pés juntos sobre a bebida gaseificada mais conhecida do planeta, nada sensível à frase publicitária que o ilustre compatriota Fernando Pessoa criou para essa marca, em 1929, «primeiro estranha-se, depois entranha-se». A aversão aos refrigerantes já era conhecida - mesmo que tenha dado a cara por este que depreciou - e a Federação Portuguesa de Futebol respira de alívio porque Ronaldo não imitou Pogba na antevisão ao duelo com a Alemanha, quando o francês tirou de cena garrafa de cerveja. Só para lembrar que é uma cervejeira o parceiro mais antigo da FPF e não seria fácil de engolir que Ronaldo tivesse à cevada a mesma aversão que revelou em relação à cafeína.

Se chamamos heróis a um avançado que decide um jogo ou a um guarda-redes que brilha com um par de defesas, como apelidaremos os profissionais de saúde que salvaram Eriksen em campo? «Algumas pessoas acreditam que o futebol é questão de vida e morte. Estou muito desapontado com essa atitude. Posso garantir que é muito mais importante que isso», disse Bill Shankly, antigo técnico do Liverpool (1959 a 1974). Mas estava enganado… 

Bicampeão mundial na categoria -100 kg, Jorge Fonseca  sonha ser polícia desde miúdo. Alguém melhor do que ele para impor a lei do mais forte? Não me parece. Até Tóquio, craque!