Chamem a polícia
CONCEIÇÃO teima em não querer crescer e aparecer. Mesmo sendo considerado o milagreiro dos sucessos desportivos da Porto SAD desde que regressou. Mas tudo isto se aniquila pelo seu feitio, consciente e intencional, que ultrapassa toda a razoabilidade. Não é tolerável. E já nem me refiro ao número de expulsões da sua carreira. Escrevo mesmo sobre as vezes em que foi expulso por, cônscio, ter praticado atos plenos de intenção e repudiáveis perante todos os outros agentes desportivos (em especial com os árbitros). Conceição é tudo menos idiota mas sujeita-se a esse papel quando, por exemplo, na Supertaça tenta capitalizar a sua imagem e procura obter a validação junto do único público que, por enquanto, ainda lhe valida inexplicavelmente as suas atitudes: os sócios e adeptos do seu clube. Com honestidade, os seus consócios também o respeitariam se repreendesse Pepê quanto à perda de bola para o primeiro golo do seu rival bem como à má abordagem do seu capitão (seu sempre fiel companheiro de expulsão) e de Zaidu na segunda bola que matou o jogo. Se mete em prática o seu desagrado com os investimentos mais caros da sua própria entidade empregadora como faz questão de provar com David Carmo, porque é que não o faz in loco no jogo quando os seus 11 preferidos cometem erros? É isto mesmo que os adeptos praticam nas bancadas: criticam quando se erra, parabenizam quando fazem bem. Já os jogadores só têm que aguentar pois são figuras públicas e ricos o suficiente, pelo menos nos três maiores clubes deste país, para perceberem o setor onde se encontram inseridos e que há pouca margem para errar. A sorte que defende Conceição é outra: os regulamentos, de facto, protegem-no. Parecem feitos à sua medida para não prejudicar um comportamento cuja reincidência já há muito se encontra extinta. É doentio e patológico. Mas o seu amuo na Supertaça vai-lhe valer apenas 1 jogo de suspensão e uma multa que ele ou a sua chefia pagam de bom grado. Trouxe-se à memória o caso de Schimdt que, em 2016, fez o árbitro recolher as equipas ao balneário até que ele saísse para a bancada após ser expulso. Portugal não é a Alemanha! Ao menos Conceição não justificou a derrota com o habitual centralismo.