Cavani entre várias questões

OPINIÃO24.08.202004:00

É simbólico que, no ano do regresso de Jorge Jesus, o Benfica chegue à final da Youth League pela terceira vez, o que, somada a brilhante conquista do FC Porto na época passada, sublinha o alto valor da formação nacional. Surge em contexto menos favorável, com um investimento de 60 milhões (and counting…), e como tal é impossível não nos questionarmos sobre quantas vezes mais terão de nascer Dantas, Tiago Araújo e Gonçalo Ramos, por exemplo, para que partam do mesmo patamar que os demais. Mesmo que não haja preconceito com a idade, serão casos tão difíceis de explicar como os de Florentino e Jota, que até antecedem o novo técnico, mas justificavam por ele serem recuperados. Por enquanto, o talento continua a brotar no Seixal, mas com o olhar a mudar de direção vai tornar-se mais rarefeito, a exemplo do que aconteceu com o rival da Segunda Circular.


Como não aceito fundamentalismos, seja por Jesus, Guardiola, Mourinho ou outro, deixo nova questão: se JJ é assim tão bom - e acho que é - por que precisa de Cavanis? Não são mais valiosos os trabalhos em que os mesmos jogadores passam realmente a jogar dobro ou triplo? Jesus até pode fazer mais e melhor com massa crítica idêntica, mas não há termo de comparação: o nível de investimento tem sido na sua vigência, e em perspetiva, superior aos dos outros.


Impressionante a forma como o Sporting gere ativos que quer vender. Acuña fica em Lisboa, com rótulo colado de dispensável, quando «há sondagens» pelo argentino. Dá força à negociação?
Tranquilo, talvez até demais, o mercado do FC Porto. Para já, foco em oportunidades internas e low cost. Claramente a ter de vender, a conjuntura Covid e o bloqueio da rota Valência deixam os dragões sem grande capacidade de renovação. Há forma de a ideia de segurar a espinha dorsal não ser prioritária?