Benfica: balneário com a porta fechada

O exemplo de Bruno Lage no processo dos emails

O tema da acusação ao Benfica de corrupção desportiva e infração fiscal era incontornável na conferência de imprensa de antevisão de Bruno Lage ao jogo da Taça de Portugal. As perguntas tinham de ser colocadas e Lage respondeu como devia, com sobriedade e lucidez, porque não é advogado, nem é juiz, é treinador da equipa do Benfica, como o próprio colocou em perspetiva.

Terá, neste âmbito, a responsabilidade de saber blindar o balneário contra eventuais efeitos nocivos deste caso, mas também neste ponto o técnico esteve bem. Dar o exemplo de que esse é um assunto que não é assunto no balneário será, realmente, a melhor forma de lidar com a gravidade do que se passa, porque, na verdade, trata-se de um adversário do qual os jogadores não se podem defender e ao qual não terão como marcar golos.

Mas se Bruno Lage parece saber o que fazer, e que por muito que não se fale os jogadores terão consciência de tudo, a questão da blindagem quase que se resolve por ela. O balneário do Benfica tem quase duas dezenas de internacionais, muitos jogadores estrangeiros, alguns contratados este verão, para os quais a realidade do clube e da SAD irá pouco mais para trás do que se passa esta época; para os quais pouco ou nada dirão Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves e um processo a que chamam dos emails, que dura já há bastante tempo e ainda perdurará. O calendário cheio de jogos se encarregará de ocupar a cabeça do plantel, e apenas se começar a perder ele deverá sentir o ambiente pesado que outros temas ameaçam formar.

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