As (novas) substituições no futebol

O tema parece simples, tal o hábito em acompanharmos essa prerrogativa ao longo dos anos. No entanto, a Covid-19 forçou mudanças e o IFAB aprovou - primeiro para o que restava da época passada, depois como medida temporária para a próxima - uma adenda relativa ao processo de substituições. É importante que quem está no futebol (e quem o acompanha cá de fora) a entenda bem, de forma a evitar confusões ou julgamentos precipitados.

Por partes:

- Como sabem (e se a entidade organizadora assim o aprovar), cada equipa pode agora efetuar um máximo de 5 substituições, em 3 paragens de jogo. O intervalo não conta, ou seja, não queima uma dessas oportunidades;

- Se ambas fizerem uma ou mais substituições utilizando a mesma paragem, contará sempre como uma interrupção para cada.

Até agora simples, certo?

A coisa complica mais um pouco quando os jogos têm que ser decididos no prolongamento. Aí a Lei 3 refere que é permitida uma substituição adicional, mesmo que a(s) equipa(s) já tenha(m) esgotado as cinco permitidas. Idêntico privilégio é concedido em relação às paragens: com uma substituição a mais, é também autorizada uma interrupção adicional.

Quer isso dizer que um jogo oficial com prolongamento pode ter, para cada equipa, um máximo de 6 substituições (5+1), em 4 paragens distintas (3+1). Se as duas o fizessem em momentos distintos do jogo/prolongamento, teríamos um total de 12 substituições em 8 paragens!

Importa, a este respeito, acrescentar duas coisas: a primeira é que o hiato de tempo que decorre entre o final do jogo e o início do prolongamento (bem como o seu intervalo) não contam como paragem; a segunda é que quando uma equipa não esgotar todas as substituições ou paragens de que dispõe nos 90 minutos, pode acumular e utilizá-las depois, na meia hora do desempate.

Confusos? Olhemos para três casos práticos:

1. Equipa A fez 3 substituições em 2 paragens do período regulamentar.

R - Pode fazer mais 2 numa só interrupção e outra, depois, no prolongamento. Ou então pode optar por fazer apenas uma (ou nenhuma) nessa fase, usando no período complementar o que falta, quer em substituições, quer em paragens.

2. Equipa B fez 2 substituições durante o jogo: uma no intervalo, outra na segunda parte.

R - No prolongamento pode fazer mais 4 alterações (3 que tinha direito + 1) e gastar 3 paragens (2 do tempo normal de jogo + 1).

3. Equipa C fez 4 substituições durante o jogo, em 3 paragens.

R - Não pode fazer mais nenhuma no período normal porque esgotou as suas paragens. Pode fazer 2 mal termine o jogo, no intervalo do prolongamento ou então numa só paragem desse período (1+1).

É menos confuso do que parece.

Basta estar atento. E é importante que todos estejam.