Agarra que é ladrão
Mais um golpe de asa de Rúben Amorim; linhas vermelhas; 15 segundos ou 15 dias?
O treinador mais barato da história do Sporting, apesar de ter custado cerca de €12 M, até no dia da celebração do título surpreendeu pelo golpe de asa. Além dos atributos técnicos, táticos e de gestão do grupo que revelou, capazes de guiar os leões a conquista inimaginável no início da época, Rúben Amorim mostrou também ser exímio comunicador. Após o jogo ante o Boavista, quando seria fácil pôr-se em bicos de pés e ajustar contas com adversários que lhe dificultaram a vida dentro e fora de campo, confessou-se simplesmente um ladrão de ideias. «Se puder roubar coisas a outros treinadores, faço-o», disse, elogioso relativamente ao trabalho de Sérgio Conceição nas bolas paradas dos dragões. «O melhor treinador é o maior dos ladrões», sentenciara, em 2005, o prestigiado Fabio Capello, tempos em que Rúben Amorim iniciava trajeto de larápio de ideias, enquanto jovem jogador, que tanto jeito lhe estão a dar. E, por isso, os sportinguistas devem estar agradecidos a Frederico Varandas por ter gritado, em março de 2020, estava o novo campeão ao leme do SC Braga, agarra que é ladrão.
Governo, CML, DGS, PSP, o próprio Sporting e alguns dos seus adeptos, ninguém sai incólume… A festa de um título justíssimo não merecia decisões e comportamentos, por omissão e ação, tão negligentes e irresponsáveis. Uma calamidade em estado de calamidade, numa noite em tons de verde na qual se ultrapassaram linhas vermelhas.
Na antevisão ao jogo com o Nacional, Jorge Jesus socorreu-se do Real-Sevilha - Benzema sofreu penálti, anulado, pois, no início da jogada, Militão fizera falta na área dos blancos, punidos com grande penalidade - para criticar o funcionamento do VAR. Quem ouvisse JJ julgaria que os lances se passaram com minutos de intervalo, mas, afinal, entre um e outro mediaram só 15 segundos. Vale a pena esperar pela verdade desportiva, mister, para evitar que depois se percam 15 dias a discutir o erro.