Terça-feira para meter tudo em pratos limpos

Benfica Terça-feira para meter tudo em pratos limpos

NACIONAL22.08.202301:05

O Benfica quer estancar o caso Vlachodimos e a ordem é para colocar tudo em pratos limpos a partir desta terça-feira, no regresso aos treinos após dois dias de folga.

O guarda-redes é esperado para treinar-se esta manhã, tal como todos os restantes colegas, e aí será a oportunidade para as partes conversarem depois da discussão entre o internacional grego e o treinador, Roger Schmidt, da qual resultou o afastamento do guardião dos convocados para a receção ao Estrela da Amadora, para a 2.ª jornada da Liga.


O choque de ideias entre jogador e técnico e a posterior exclusão está a ser considerada pela SAD como uma decisão técnica e não uma situação do foro da disciplina, razão pela qual não é expectável a abertura de um processo disciplinar. Sê-lo-ia  se o jogador se tivesse recusado a entrar na convocatória, mas não foi o caso.


Seja como for, o mal estar foi criado. O titular da baliza ouviu Schmidt criticá-lo pela exibição na derrota no Bessa frente ao Boavista (2-3), não gostou, mostrou ao treinador o seu descontentamento e perdeu o lugar - e, não menos relevante, tinha visto a SAD investir €10 milhões (mais €1 milhão e 40% de mais-valias numa futura transferência) na aquisição de Trubin ao Shakhtar.


Tal como A BOLA noticiou, Vlachodimos quer sair porque entende ser a melhor solução para o futuro imediato. Perder a titularidade no Benfica na época que antecede a realização do Euro-2024 não estava nos seus planos e apesar de ter um elevado estatuto na seleção (ver página 3) não é positivo nem para ele nem para o selecionador ter o dono da baliza sem o necessário ritmo de jogo, mesmo que estejamos a falar de um guarda-redes de 29 anos e com mais de 250 jogos na carreira.

Contrato até 2027

Vlachodimos renovou com as águias até 2027, em março, no que foi entendido como um sinal de que as águias iriam continuar com ele como referência principal para a baliza.

A temporada 2022/2023 acabou por ser aquela em que mais jogos realizou na carreira (54, mais quatro que o anterior recorde de 2018/2019, a primeira temporada nas águias proveniente do Panathinaikos, da Grécia) e tudo indicava que a aura de intocável se manteria para 2023/2024.

Mas a pré-época foi deixando outras indicações, nomeadamente com a entrada em cena no mercado à procura de um keeper com impacto, tudo isto com o alto patrocínio, naturalmente, de Roger Schmidt.

Bento Krepski, do Athletico Paranaense, foi uma das opções, mas os dirigentes do clube brasileiro esticaram demasiado a corda, a ponto de a SAD liderada por Rui Costa ter desistido, virando-se para  Trubin, outro dos guardiões muito bem referenciados pelo scouting  e treinador das águias.

Para já, Vlachodimos deve continuar de fora (sábado, em Barcelos, frente ao Gil Vicente), resta saber se na condição de terceiro guarda-redes ou no banco, vendo Samuel Soares a ocupar o lugar de titular. A tal «mudança de energia» na baliza exigida por Roger Schmidt é para continuar. 

Quer clube grande... mas é difícil


O futebolista recrutado pelo Benfica ao Panathinaikos no final da temporada 2017/2018 quer prosseguir a carreira num clube de dimensão semelhante ou superior à dos encarnados, no entanto, não recebeu qualquer sondagem nesse sentido, até porque, pelos dados apurados por A BOLA, ao contrário do que foi noticiado, o Manchester United não está interessado no jogador e nunca se informou sobre quais as condições em que o poderia recrutar.

Outro dos clubes adiantados como potencial destino para Vlachodimos foi o Ajax, mas este potencial desejo dos neerlandeses também não se confirma. É verdade que o gigante dos Países Baixos esteve de olho no guarda-redes grego há sensivelmente dois anos, mas, de então para cá, toda a estrutura mudou, incluindo o treinador, e dificilmente vão voltar a olhar para Vlachodimos.


A juntar a tudo isto está o facto do mercado de verão fechar em menos de duas semanas e os principais planteis já terem os homens para as balizas definidos.

Portanto, não se afigura fácil uma resolução para o processo relacionado com o keeper, que continua a ser o titular da seleção grega e pretenderá manter o estatuto, o que pode ser complicado se não jogar com regularidade. Com este cenário e desejos ambiciosos, o futuro de Vlachodimos é nesta altura um enorme ponto de interrogação.