Russos e bielorrussos permitidos em Wimbledon... se «neutrais»

Ténis Russos e bielorrussos permitidos em Wimbledon... se «neutrais»

TÉNIS31.03.202318:27

Os tenistas da Rússia e da Bielorrússia vão poder competir em Wimbledon, de 3 a 16 de julho, mas apenas «como atletas neutrais» (sem bandeira ou hino) e ainda «submetidos a um conjunto de condições», anunciou esta quinta-feira o All England Tennis Club, organizador do evento, determinando as condições para os jogadores dos dois países, que têm gerado celeuma desde que as duas nações invadiram a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

«Continuamos a condenar por inteiro a invasão da Rússia [à Ucrânia] e todo o nosso coração e apoio vai para o povo da Ucrânia. Esta foi uma decisão realmente difícil de tomarmos, não adotada de ânimo leve ou sem termos tido em conta a grande consideração por aqueles sobre a qual terá impacto», afirmou o ‘Chairman’ do clube, Ian Hewitt, à BBC.

A decisão estende-se, ainda, às provas antes da mais icónica prova em piso de relva do Mundo, em Wimbledon, os torneios, também londrinos, de Queen's e Eastbourne, que precedem um dos quatro Grand Slam da temporada: o inglês, em Wimbledon.

E aos russos(as) e bielorrussos(as) dispostos a jogar em Wimbledon, Queen’s ou Eastbourne, será questionado se apoiam ou não os seus chefes de Estado (Alexander Lukashenko e Vladimir Putin) e respetivos regimes: em caso afirmativo, nada feito, não poderão jogar qualquer dos três torneios.

«Os jogadores(as) devem concordar em não apoiar a Rússia e/ou Bielorrússia e os respetivos regimes e seus líderes, nem receberem quaisquer fundos ou patrocínios de empresas desses dois países ou controladas por alguém dessas duas nações», inclui-se ainda, no ‘pacote’ de condições ‘sine qua non’ para tenistas russos e bielorrussos jogarem em Wimbledon, precisou o responsável britânico: sim, os atletas terão de assinar uma declaração a assinar, sob sua honra, ser esta a sua posição pessoal.

«Tomámos esta decisão para os campeonatos de 2023 após conversações com o Governo do Reino Unido, a LTA [Lawn Tennis Association] e os nossos acionistas internacionais», defendeu-se Ian Hewitt.

Quer isto dizer que tanto os russos Daniil Medvedev e Andrey Rublev como a sua compatriota Daria Kasatkina, atualmente no ‘top 10’ do ranking (ATP e WTA) poderão jogar o torneio, tal como a número dois mundial WTa, a bielorrussa Aryna Sabalenka, vencedora, já em 2023, do Open da Austrália. E Wimbledon poderá voltar a atribuir pontos para o ranking, ao contrário do sucedido em 2022, sem incorrer, também, em novas multas internacionais.