Paris 2024: Novas acusações a maus tratos a cavalos de um cavaleiro olímpico
Imago

Paris Paris 2024: Novas acusações a maus tratos a cavalos de um cavaleiro olímpico

JOGOS OLÍMPICOS25.07.202419:49

Natural de Munique, mas a competir pela Áustria desde 2015, Max Kuhner é alvo de um processo judicial no estado natal por utilizar varas para bater no cavalo para que salte mais alto. Antes já havia sido investigado por usar um arame. Federação austríaca nega tudo e diz que não retirará o cavaleiro dos Jogos de Paris.

Um dia após a tricampeã e seis vezes medalhada olímpica de dressage Charlotte Dujardin, da Grã-Bretanha, ter sido suspensa provisoriamente por seis meses, na véspera já se havia retirado de competir nos Jogos de Paris 2024, enquanto se investigam as suspeitas de atos de violência contra o cavalo – surgiu um vídeo em que num minuto chicoteia 24 vezes um cavalo num treino já na capital francesa – eis que a surgem novas acusações de maus tratos a equinos.

Desta feita visando o austríaco Max Kuhner, de 50 anos e 3.º do ranking mundial, um dos naturais candidatos às medalhas na especialidade de saltos individuais e por equipas, que decorrerão diante do Palácio de Versailles.

A queixa veio da Alemanha onde Kuhner está a ser alvo de processos criminais por parte do ministério público de Munique por, alegadamente, ter batido nas pernas do cavalo com que competia com uma barra para fazê-lo saltar mais alto. A técnica, proibida na Alemanha desde maio de 2023, é conhecida por rapping, ou saltos em barras ativas, na qual é utilizada uma vara para bater nas pernas do cavalo durante o salto para o obrigar a elevar-se mais.   

Segundo as autoridades germânicas, Max Kuehner é acusado de violar a lei do país de bem-estar animal ao envolver-se em “saltos ativos em barras” ou “barras”. A técnica é mais comummente conhecida como “rapping”, onde é utilizada uma vara para bater nas pernas do cavalo durante um salto de treino, forçando-o a levantar. Foi proibido na Alemanha desde maio de 2023.

Quem já saiu em defesa do seu cavaleiro foi a Federação Equestre Austríaca, que nega qualquer violação ou atos proibidos por parte de Max Kuehner. «Podemos confirmar, com base em tudo o que observámos durante os anos de trabalho com Max, que a forma como os seus cavalos são mantidos, treinados e apresentados é da mais alta qualidade», declarou um responsável federativo ao diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung

«Devido à sua atitude impecável para com o seu cavalo como parceiro desportivo, não há qualquer razão para supor que utilize métodos de treino contrários ao bem-estar animal, ou que os tenha utilizado no passado», acrescentou o dirigente que adiantou não existir qualquer intenção por parte da federação ou do comité olímpico da Áustria em impedir que Kuehner não compita em Paris 2024. No entanto, Ingmar de Vos, presidente do organismo regulador global do hipismo, revelou que foi solicitado que a federação austríaca disse em Paris que foi pedido à federação austríaca que fornecesse mais informações.

Segundo o mesmo jornal, esta não é a primeira vez que Max Kuehner, que chegou a competir pela Alemanha em Taças das Nações (é natural de Munique) antes de passar a representar a Áustria a partir de 2015, é acusado de maus-tratos a cavalos por, em 2008, através de uma carta anónima, ter sido revelado que utilizaria um arame nos treinos que levava o animal a saltar mais alto. Caso que acabou arquivado pela comissão disciplinar como «culpa menor» apesar das críticas da Associação de Equitação e Condução da Baviera.