«O Rúben queria vir mas universidade não deixou»
Fotografia FPB

«O Rúben queria vir mas universidade não deixou»

BASQUETEBOL11.07.202408:10

Extremo/poste foi aos Estados Unidos tratar da ida para St. John's, onde jogará antes de tentar a NBA, mas não regressou para disputar o Europeu sub-20 Divisão B que começa sexta-feira na Roménia. Selecionador diz que federação tentou tudo.

Após, em 2019, Portugal ter conquistado o Europeu sub-20 de basquetebol Divisão B de Matosinhos, equipa onde atuava Neemias Queta, na altura ainda na Universidade de Utah State, e depois da Seleção não resistido na Divisão A (14.º) em 2022 e sido 6.º na B em 2023, os 12 elementos orientados por André Martins começam, amanhã, o Euro-2024 do escalão B na Roménia.

No Grupo B com Azerbaijão, Grã-Bretanha, Irlanda e Países Baixos, o primeiro embate será contra os azeris (18.30h), em Pitesti. Foi sobre os objetivos, mas também a ausência de Rúben Prey, principal estrela da equipa e possivelmente da prova, que A BOLA conversou com o selecionador nacional.

Que ambições consegue ter este ano depois dos últimos resultados? «A experiência diz-nos que este campeonato é como se fossem dois: a fase de grupos e, depois, a fase a eliminar. O primeiro grande objetivo, e alarga-se às seleções jovens masculinas, é ficar nos oito primeiros, que é sempre um bom resultado. Não atingi-lo é mau. Portanto, o foco inicial será passar aos quartos de final e, a partir daí, tentar subir divisão [passam os três melhores]. Isto sabendo que é tarefa muito difícil, pois há seleções muito fortes», referiu Martins.

André Martins com a seleção sub-20 Fotografia FPB

«E temos esta questão que não deixa de ter a sua importância: não podermos contar com o Rúben [Prey]... Nem gosto de me desculpar com isso, só que não é igual uma seleção sub-20 contar ou não com um jogador com a dimensão dele. A sua presença tem um impacto bastante grande. Foi perda importante para o grupo, no entanto, o basquetebol é um desporto coletivo e acreditamos em equipas. Não está o Rúben, vai estar outro e conseguiremos o melhor resultado apesar da ausência», salientou o técnico que não terá o extremo/poste, de 19 anos, que após quatro épocas em Espanha, dividindo-se entre o CB Prat (LEBPrata) e Juventut Badalona (ACB), na próxima temporada atuará na universidade nova-iorquina de St. John’s, lidera pelo famoso Rick Pitino, duas vezes campeão em sete Finais Four da NCAA.

Em junho Prey ainda integrou os trabalhos e jogos particulares da Seleção, mas depois de ter ido aos Estados Unidos entre estágios não voltou. André Martins não ficou muito surpreendido.

A ausência do Rúben é incontornável mas, dado que havia estado nos estágios iniciais, não ficou surpreso por ele não voltar? «Não, quer dizer, não é essa a questão. Desde cedo que sabíamos que tinha que tratar das coisas da vida dele, mas foi tudo muito rápido – a mudança de Espanha para a faculdade – e em cima do início da preparação da Seleção. A federação fez todos os possíveis, o Rúben também porque queria vir, mas não conseguimos. A faculdade não permitiu que participasse no Europeu», explicou André.

«No basquetebol universitário, com a alteração das regras, onde se permite que os jogadores sejam profissionais, que estão valorados, as exigências para que estejam sempre no trabalho das faculdades, é completamente diferente do que acontecia antes. As universidades passaram a ter um poder que é bastante difícil os atletas não responderem às exigências colocadas porque são profissionais. E não é só na seleção portuguesa», adiante, «Está a acontecer com muitas outras. Muitos jogadores, nomeadamente os de grande nível e das melhores universidades, não estão a conseguir vir aos campeonatos da Europa», concluiu.