Novo ciclo dos Lusitanos
Nove lobos mundialistas na abertura da 3.ª edição da Super Cup, sábado, frente aos Tel Aviv. Black Lions e Castilla y Leon são os restantes adversários no Grupo A.
A 3.ª edição da Rugby Europe Super Cup, competição europeia de clubes e franquias, arranca este fim de semana com novo formato: oito equipas de oito países, entre as quais os Bohemia Rugby Warriors, da Chéquia, que fazem a estreia na prova.
Os Lusitanos, franquia da Federação Portuguesa de Râguebi, recebem no CAR Jamor, sábado (15 h), os israelitas do Tel Aviv Heat, finalistas vencidos na passada temporada diante os Black Lions, conjunto profissional da Geórgia.
Vice-campeões na edição de estreia (2021/2022) e afastados da final da última época pelos israelitas, mas agora surgindo sob a liderança do novo selecionador Sébastien Bertrank, os atuais objetivos dos Lusitanos são distintos do passado recente.
«O desejo é, claro, ganhar para chegar às meias-finais e final. Esse é o desejo. Mas temos de ser realistas. Tivemos pouco tempo para preparar o jogo e pouca informação do adversário. Só sabemos que são uma equipa profissional que se renova bastante de ano para ano», disse a A BOLA o homem que sucede a Patrice Lagisquet e do qual herdou uma equipa regressada do Mundial Paris-2023.
Oito países e um novo modelo
A Super Cup 2023, prova sob a égide da Rugby Europe destinada ao desenvolvimento da modalidade nos países emergentes, tem um novo o modelo competitivo. Abandona a divisão dos grupos por conferências regionais, Este e Oeste, e divide as oito equipas, de 8 países, em dois grupos e alinhadas pelo 'ranking' da edição anterior. Black Lions (Geórgia), vencedores das duas Super Cups, Castilla y Leon Iberians (Espanha) e Tel Aviv e Lusitanos estão no Grupo A. No Grupo B encontram-se os Brussels Devils (Bélgica), Delta (Países Baixos), Romanian Wolves (Roménia) e Bohemia Rugby Warriors.
A fase de grupos disputa-se de 4 a 19 de novembro, os três primeiros classificados do Grupo A e o líder do Grupo B apuram-se para as meias-finais (3 e 4 de dezembro) para discutir o título. As restantes quatro equipas competem nas outras meias. Os quatro jogos da Grand Final realizam-se a 16 e 17 de dezembro e culminará no apuramento do campeão e alinhamento do 'ranking'.
«Temos de nos concentrar em nós e creio que faremos coisas muito boas para já», assegurou ainda, realçando que tem como «objetivo pessoal observar e descobrir» os jogadores.
«Iremos lançar lusodescendentes e portugueses para ver se podem alimentar a Seleção», revelou ainda Sébastien mantendo a estratégia do antecessor, abrindo, ao mesmo tempo, portas à renovação. «Daqui a três semanas já terei uma ideia clara dos jogadores», finalizou.
«Há sempre alterações e dores de crescimento quando começamos com um novo selecionador, jogadores novos, outros vindos do Mundial, um processo duro e psicologicamente a necessitar de assentar ideias», explicou Tomás Appleton. «Mas, a partir do momento que é para começar, estamos focados», garantiu o capitão dos lobos e dos Lusitanos.
«É um ciclo novo que começa. Sempre que vamos para campo, queremos ganhar, mas também sabemos que o mais importante nesta edição é o longo prazo, mais do que estarmos só focados no fim de semana», salientou ao comparar com anteriores edições da RE Super Cup orientadas para preparar os Lobos para o França 2023.
No XV inicial estão nove lobos do França-2023: Appleton, Martim Bello, Duarte Torgal, Granate, Cardoso Pinto, David Wallis, Pedro Lucas, António Santos e Manuel Picão. De registar a estreia de Alex dos Santos, de 22 anos, pilar lusodencendente proveniente do Aurillac, Pro 2 francesa.