Mundial de canoagem: «Este bronze é para os meus colegas bombeiros»
Fotografia FPC

Mundial de canoagem: «Este bronze é para os meus colegas bombeiros»

Rui Lacerda subiu pela primeira vez ao pódio no campeonato do mundo de sénior ao ser terceiro nos 26.2 km de K1, na Croácia. Maria Rei e Francisco Santos terminaram perto do pódio, sobretido o segundo, sub-23, onde apenas perdeu no 'sprint'.

Depois de, na passada quinta-feira, Maria Luísa Gomes ter garantido o ouro em K1 júnior, a que juntou ao título europeu, Rui Lacerda, de 32 anos, conquistou, este sábado, a medalha de bronze em C1 no Mundial de Metkovic 2024 de maratonas em canoagem ao ser o mais rápido a cumprir os 26,2 quilómetros do percurso em 1,46,01h, a 2m do polaco Mateusz Borgiel e 55s do espanhol Manuel Campos.

«Durante toda a prova pensei muitas vezes nos meus camaradas que estiveram em combate em incêndios em período muito, muito difícil. Por estar na Seleção Nacional, não tive oportunidade de estar disponível para ajudá-los. Sem dúvida que lhes dedico esta medalha de bronze e que sintam que é de ouro também», declarou o canoísta, que é igualmente bombeiro, à agência Lusa.

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Na Croácia celebrou o seu primeiro pódio como sénior numa temporada em foi igualmente vice-campeão da Europa em C1 e em C2, com Ricardo Coelho, tem dois bronzes em sub-23. Aliás, este domingo, Rui vai ter hipótese de ainda lutar por mais um pódio já que estará com Coelho na regata de C2.

«Estou muito, muito feliz com esta medalha, numa prova muito difícil. Após a primeira portagem, tive uma pequena distração que me fez cortar uma boia, o que valeu uma penalização [paragem] de 15 segundos. Depois, fiz a regata toda sozinho, em contrarrelógio e a manter as distâncias e o terceiro lugar. Sabe-me a ouro, pois é a minha primeira em campeonatos do mundo sénior», frisou ainda o canoísta do Náutico de Ponte de Lima.

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«Sem dúvida que podia ter lutado por outro metal. Ambiciono muito o título de campeão do mundo, quero ir atrás dele. Mas hoje, senti que o polaco estava bastante forte e era difícil lutar pelo ouro, mas podia pela prata», desabafou. Já sobre a regata de amanhã, Lacerda promete lutar com o mesmo espírito para conseguir «outro metal».

Neste penúltimo dia do campeonato do mundo em que Portugal levou nove elementos, Francisco Santos, que esta época fraturou uma clavícula que o impediu de estar no Euro, foi 4.º classificado em K1 sub-23 depois de ter lutado no sprint final pelo pódio mas não ter conseguido ultrapassar o dinamarquês Philip Knudsen, o sul-africano Ulvard Hart e o húngaro Zalan Peli, que fechou o lote dos medalhados.

Quanto a Maria Rei, foi 5.ª na prova mais longa de K1 ganha pela sueca Melina Andersson, seguida pelas húngaras Vanda Kiszli e Emese Kohalmi. «Depois das duas primeiras voltas, vi que ia ser difícil. Lutei, lutei… apanhei a quinta e depois foi tentar aguentar-me até final», contou Maria que terminou a 3.18m da nova campeã.

«Sinceramente, faz-me pensar naquilo que vou fazer no futuro. Vou ponderar sobre o assunto, para também saber o que vou treinar na próxima época. Mas o balaço é bom. Foi um salto positivo. Obviamente que estando há pouco tempo na maratona acabam por ser resultados bons. Também me deixa a pensar que, com este tempo de treino reduzido, consegui esses lugares, talvez possa ambicionar um pouco mais», completou a atleta que dias antes havia sido 4.ª na prova curta, mas que tinha como principal objetivo da temporada a participação nos Jogos de Paris 2024, que não concretizou.