16 novembro 2024, 20:15
Sporting cai com estrondo na capital do móvel
Leões foram derrotados por 8-4 em Paços de Ferreira, pela Juventude Pacense, e sofreram primeira derrota no campeonato. FC Porto foi vencer a casa do HC Braga (8-3)
Um dia depois de uma tarde histórica, o avançado da Juventude Pacense que destruiu a defesa dos leões, fala a A BOLA
Lá p’ra dentro! Marcar seis golos ao Sporting? É fácil! Juro, Joca! A sério!
Não é exatamente assim a sequência que se tornou viral nos primórdios dos vídeos publicados na internet. Mas há lá um Joca que se tornou imortal para uma certa geração; e retrata uma queda dolorosa.
Mais ou menos como aquela que protagonizou o Sporting na visita à Juventude Pacense, no sábado, de onde saiu derrotada por 8-4. O culpado principal, foi João Guimarães. Ou Joca. Que marcou seis golos. Seis! Juro! Pela minha morte!
16 novembro 2024, 20:15
Leões foram derrotados por 8-4 em Paços de Ferreira, pela Juventude Pacense, e sofreram primeira derrota no campeonato. FC Porto foi vencer a casa do HC Braga (8-3)
E menos de 24 horas depois, para o avançado de 28 anos é como se nada de especial tivesse acontecido. Aliás, ele nem é mais aquele Joca com os patins calçados e a camisola 74 nas costas. É apenas o tio João. E por muito que o mundo queira conhecer o herói da goleada histórica do clube de Paços de Ferreira, as atenções são todas para a Vitória, de nove anos, o Vítor Júnior, de oito e a Camila dois.
Ou quase todas, vá. A BOLA ainda lhes consegue roubar o tio para fazer umas perguntas sobre a tarde inesquecível que protagonizou na véspera. Ainda que o dia, garanta, não seja muito diferente de qualquer outro domingo. «Está a ser mais um dia de fim de semana normal. Estive com a minha família e os meus amigos. Mas claro, com uma alegria diferente pela boa vitória que conquistámos», assume.
A diferença maior no dia-a-dia do jogador que fez quase toda a carreira no Óquei de Barcelos e que regressou esta época a Portugal, depois de uma época ao serviço dos italianos do Bassano, é o telemóvel. Esse não pára de tocar.
«Não faço ideia de quantas mensagens e chamadas recebi, mas que sem dúvida que fizeram do dia ainda mais especial. Recebi algumas de Itália, de pessoas com quem já não falava há algum tempo. E deixa-me muito feliz que continuem a acompanhar», admite.
E não é para menos. Não faltam golos na carreira de Joca. Mas para quem tinha quatro golos marcados nos primeiros seis jogos da época, apontar seis, e logo frente ao atual campeão europeu, é digno de registo. Afinal, falamos de alguém que pode orgulhar-se de ter apontado metade (!) dos golos que a equipa de Edo Bosch sofreu no campeonato até ao momento.
«Queremos ser mais regulares»
A Juventude Pacense estreou-se na época passada na 1.ª divisão e, como é habitual, teve um ano duro. Ainda assim, conseguiu manter-se entre a elite, assegurando a permanência na penúltima jornada. Este ano, com seis jornadas disputadas, o clube orientado por Hugo Azevedo está no11.º lugar, com seis pontos, fruto de duas vitórias e quatro derrotas. Um quadro que Joca quer mudar. «Queremos fazer melhor do que na época passada. Temos consciência e tudo faremos para ser o mais regulares possível», realça. «E eu espero retribuir e dar o melhor por um clube que tão bem me acolheu».
Ainda assim, Joca não dá um valor desmesurado ao feito. Defende que foi apenas um jogo que lhe correu particularmente bem e no qual foi bastante eficaz nos livres diretos – marcou três golos dessa forma – e no jogo corrido.
«Não há uma inspiração em particular. Nós trabalhamos para crescer diariamente, e acho que foi um dia muito bom, no qual tudo correu bem. Quando se procura e se trabalha, a sorte bate-nos à porta».
Definitivamente, Joca soube abrir essa porta de oportunidade. E isso resultou num dia histórico para o clube que está entre a elite nacional pela segunda época e que, ao fim de três confrontos, venceu pela primeira vez os leões. Na opinião do jogador, porém, isso acarreta uma maior cobrança. Agora, ele e a Juventude Pacense terão mais olhos em cima de si.
«O jogo foi especial para mim, não só pelos golos, mas pela exibição da equipa e a envolvência gerada em Paços de Ferreira. Mas também traz uma responsabilidade acrescida para os próximos jogos», termina Joca, antes de voltar para junto dos sobrinhos.
Juro!