José Silva fechou o ano com fogo de artifício e a Luz celebrou 2023 em festa centenária
O Benfica recebeu o Portimonense para aquele que era o último jogo na Luz em 2023 e, sem que alguém suspeitasse, José Silva resolveu levar fogo de artificio para dentro de campo, celebrar o momento e catapultar as águias para uma esmagadora vitória por 100-67 (22-19, 28-16, 35-16, 15-16), em partida a contar para a 11.ª jornada da Liga Beticic. Um espetáculo digno de se ver que não ficou aquém do que assistirá na baía do Funchal à entrada de 2024.
Numa tarde verdadeiramente inspirada e que poderia ter sido ainda maior não fosse ter arrefecido demasiados minutos no banco no 4.º período, o extremo/base dos bicampeões deixou na memória de todos para a passagem do ano 29 pontos, com 9/12 em lançamentos de três pontos (75% de eficácia) em 28 minutos.
Ao intervalo (50-35), José Silva (2 res, 1 ass, 0 turn) era já o melhor marcador com 17 pontos e quando, perto do final do 3.º período, converteu o 29.º ponto, levava 9/10 para lá da linha dos 6,75m. Estava imparável. E sorria...
Depois arrefeceu e quando reentrou a pressão de chegar aos 30 pontos e manter a eficácia, assim como o sistema ofensivo dos donos da casa, já não era a mesma coisa. Ficou-se por ali. Os muitos que encheram o pavilhão - mais do que habitual - não se esquecerão deste final de ano. Isso não acontecerá tão cedo.
Se para os algarvios, que até começaram a temporada em bom plano, tratou-se da quinta derrota seguida na prova, os encarnados somaram o terceiro triunfo desde o desaire ante o Sporting em Alvalade e alcançaram o quarto centenário no campeonato. Sempre que marcaram 100 pontos não perderam, assim como nunca permitiram que o adversário atingisse os três dígitos.
O Portimonense, que chegou a liderar em três ocasiões, a última ainda com 8-11, resistiu enquanto pôde e como pôde, até aos 19-19. Curiosamente, essa quarta e última igualdade viria a ser graças ao primeiro lançamento de três pontos da estrela da tarde, que deixou o marcador em 22-19 à entrada do 2.º período. Era o seu primeiro triplo, mas já o quarto do Benfica, que terminou com não menos satisfatórios 15/30 (50%).
A mudança de período assinalou igualmente a alteração do rumo do encontro visto que os homens liderados por Norberto Alves construíram um parcial de 8-0 (29-19), que acentuou a diferença entre, para além da qualidade dos jogadores, olhar para o banco e ter opções ou ser obrigado a esticar ao máximo o tempo e resistência de cada um em campo, como Zacaree Owens (26 pts, 5 ass), Matias Bernardini (14 pts, 4 ass) e Cândido Sá (13 pts, 9 res).
Pior ainda quando não se tem gente com peso e força para travar Terrell Carter (11 pts, 6 res) na área pintada. O conjunto de Carlos Almeida, já desfalcado de Micah Downs, não tem tais armas. Com José Silva a converter outros quatro triplos antes do intervalo (50-35) e sem conseguir manter a disciplina tática inicial, o fosso no resultado foi-se, naturalmente, acentuando.
Contudo, ninguém esperava o descalabro do 3.º quarto (35-14), durante o qual o Benfica arrancou com parcial de 20-8 nos primeiros 5m, Silva assinou mais quatro triplos e João Gomes (15 pts, 3 res, 2 ass) e Makram Bem Romdhane (13 pts, 11 res, 8 ass, 4 rbl) juntaram-se à festa montada pelo colega para um final de ano em beleza.
Os de Lisboa marcaram ainda 42 pontos na área restritiva, contra 32 do Portimonense, os seus suplentes contribuíram com 43, face a 13, e dominaram a luta das tabelas: 40-27.