João Sousa acompanhou Pedro Sousa à reforma
CIF encheu-se para ver o duelo entre dois dos melhores tenistas nacionais da última década e emocionou-se no adeus à competição do homem da casa. Gastão Elias também já ficou pelo caminho
Uma coisa era certa no court central do CIF, onde muitos adeptos aproveitaram o ferido de 5 de outubro para preencherem as bancadas e assistirem ao expectante e, de certa forma, até emotivo duelo entre dois portugueses: um Sousa iria dizer adeus ao Lisboa Belém Open, o outro Sousa seguiria para os quartos de final.
Sem surpresa foi João Sousa quem se manteve no torneio do ATP Challenger Tour ao eliminar o companheiro de Seleção Pedro Sousa (493.º) por 6/2 e 6/3 no adeus, aos 35 anos, à modalidade e a jogar na casa onde tudo começou, cresceu e até se casou. O ciclo fechou-se.
«Era uma semana difícil e para a qual já estava mais ou menos preparado, mas estou aliviado por ter terminado. Foi bonito ser aqui no CIF e como queria, num feriado, com casa cheia e contra o melhor tenista português de sempre», declarou o antigo 99.º do ranking que, naturalmente, contou com a família e amigos a apoiar e o filho mais velho, Manuel, ao seu lado no court enquanto falava.
«Sabia da importância deste encontro para o Pedro e para o público, mas tentei abstrair-me de tudo isso e preparar-me da melhor forma. Fiz uma exibição muito sólida e joguei muito bem. Acho que o Pedro não conseguiu encontrar o jogo dele por mérito meu, que fiz um bom encontro em todos os capítulos», declarou João na conferência de imprensa.
Honrado por estar na despedida do amigo, mas nada interessado em adiar a festa, João, atual 285.º, resolveu a questão da passagem aos quartos em 1.04h e agora tem encontro marcado frente ao espanhol Albert Ramos-Vinolas primeiro cabeça de série. Isto depois do catalão ter tido bastante dificuldades para superar o também português Gastão Elias – grande amigo e padrinho de casamento de Pedro -, que dispôs de dois set points. No entanto, Ramos-Vinolas fez valer a experiência e levou a melhor com os parciais de 7/6 (9-7) e 6/4, após 2.17h.
Será um duelo, marcado para esta sexta-feira, entre dois antigos vencedores do Estoril Open: João Sousa em 2018 e Albert Ramos-Vinolas em 2021, que já ocuparam bem melhores posições no ranking ATP. O espanhol (93.º) chegou a ser 20.º e o português 28.º
Antes (12h) defrontam-se o francês Calvin Hemery (116.º) e o italiano Flávio Cobolli (129.º).
«Foi equilibrado do início ao fim, tirando o início do segundo set em que fui um pouco abaixo animicamente. Apesar da derrota, não deixa de ser um encontro positivo porque bati-me de igual para igual com um jogador especialista em terra batida e com anos de experiência ao mais alto nível. Causei-lhe muitas dificuldades e tenho a certeza de que se fechasse um dos set points a história podia ter sido totalmente diferente”, disse Gastão que agora irá para a América do Sul a fim de participar em torneios do circuito Challenger em terra batida. «Foi tudo resolvido nos detalhes. Curiosamente ganhei mais um ponto do que ele e isso demonstra o quão equilibrado foi. Vou levar isto como mais uma lição e melhorar para as semanas que aí vêm», concluiu.