8 janeiro 2024, 22:00
Águia quer crescer sem dor de Champions
Ivo Casas reconhece que derrotas na competição custam… mas servem para a equipa se desenvolver; Berlim vai obrigar jogadores a transcenderem-se
Marcel Matz sublinha a importância de o Benfica estar na competição... onde soma quatro derrotas em igual número de jogos
É um velho clichê, mas Marcel Matz diz que é mesmo assim: na Champions, o Benfica não tem perdido… tem aprendido muito.
É sem medo das palavras que o treinador da equipa de voleibol das águias antevê o confronto com os alemães do Berlim, da 5.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, num jogo ao qual os encarnados chegam já sem possibilidade de apuramento, ao contrário dos três adversários.
«Estamos nesta competição para aprender. Dificilmente saímos derrotados de um jogo, tiramos sempre alguma coisa em que precisamos de melhorar, ou que nos dá um caminho diferente do que teríamos se jogássemos apenas o campeonato, ou uma prova menor na Europa. Talvez não conseguíssemos perceber algumas coisas de que nos temos vindo a aperceber neste nível mais alto», defende o técnico que em Portugal tem conduzido o Benfica a um domínio quase absoluto.
«Em termos de resultados, o balanço é mais negativo do que positivo, mas esta é uma prova que todos os jogadores gostam de jogar e para a qual se sentem motivados. Todo o mundo acompanha este nível de competição. O futebol do Benfica é um clube global, e com o tempo talvez também consigamos fazer isso nas modalidades. Neste momento, já toda a gente começa a perceber o que significa estar numa Liga dos Campeões de voleibol e o porquê de estarmos a tentar manter-nos neste nível», acrescentou o técnico.
8 janeiro 2024, 22:00
Ivo Casas reconhece que derrotas na competição custam… mas servem para a equipa se desenvolver; Berlim vai obrigar jogadores a transcenderem-se
No jogo da Alemanha o Benfica perdeu por 3-0, mas equilibrou dois dos setes (27-25 e 25-21), razão pela qual Matz não espera desequilíbrio.
«A nossa expectativa é sempre de um jogo equilibrado. Nós sabemos a dificuldade que é jogar a Champions, mas já jogámos contra todos os adversários e conseguimos sempre fazer jogos equilibrados. A análise que fazemos mostra que está a faltar alguma coisa na parte final dos sets para os ganharmos. Mas se conseguirmos eliminar um pouco os ataques bloqueados e convertermos mais algumas transições, isso pode fazer a diferença para trazer o set para o nosso lado e não só chegar perto, como temos feito», referiu, na antevisão à partida desta quarta-feira.
De resto, o treinador brasileiro admite que a equipa vive em duas realidades bastante distintas, uma vez que continua invicto no campeonato, mas não conseguiu qualquer vitória na Champions.
«Estamos na liga portuguesa que é uma competição de qualidade intermédia, e a Champions que é de primeira categoria mundial. Nós lideramos em Portugal, mas não temos um campeonato tão forte como as equipas que disputam a Liga dos Campeões. Há um intervalo entre as duas competições. Nós somos um candidato forte ao título nacional, juntamente com outras equipas, mas é bom sermos colocados perante o nível de Champions para percebermos o ponto em que estamos, tanto a nível coletivo, como individual», sublinha.
Marcel Matz defende, porém, que a diferença entre as equipas não está na qualidade dos jogadores, mas na experiência e ritmo dos atletas.
«Individualmente, praticamente todos os nossos jogadores poderiam estar inseridos no contexto do Berlim porque são jogadores que se equivalem com os do nosso adversário. Os atletas deles estão mais no auge da carreira porque jogam as principais competições de seleções, além de estarem inseridos em campeonatos mais fortes. O que é diferente da nossa realidade e lhes dá uma bagagem diferente», nota.
Matz não quer confusão com as roulotes, mas…
Quarta-feira promete ser um dia grande para os adeptos do Benfica. A equipa de futebol recebe o SC Braga em partida da Taça de Portugal e pouco antes o voleibol joga na Liga dos Campeões. Por isso, Marcel Matz espera ter o pavilhão cheio. «Este é aquele jogo bom para quem quer ver. Tenho a certeza que o estádio vai estar cheio para o jogo do futebol, por isso não será tão difícil meter 1.500 pavilhão. Espero que venham e nos consigam apoiar», disse o brasileiro, reforçando o apelo.
«Não quero armar confusão com quem tem os comércios de comida e bebida no exterior do estádio, mas se calhar é melhor as pessoas ficarem mais no pavilhão do que lá fora [risos]. O pavilhão não aguenta todo o público que vai estar lá fora, mas peguem no bilhete e venham ver».
O Benfica é a única equipa que já não tem possibilidade de apuramento e por isso o técnico espera aproveitar a pressão que o Berlim vai ter a mais pela qualificação, mas não acredita em borlas dos germânicos.
«Estamos num grupo muito equilibrado, com uma equipa com nove pontos, outra com oito e a outra com sete. Ou seja, nós já estamos fora da luta pelo apuramento, mas os nossos adversários chegam aqui a precisar de nos vencer. Por isso, eles vêm com tudo e não nos vão dar nada de graça. Eles têm a energia de estar ainda em busca da classificação, mas também a responsabilidade que nós já não temos», termina.