12 março 2024, 06:53
Djokovic após eliminação surpreendente em Indian Wells: «Joguei muito, muito mal»
Tenista sérvio, número um do mundo, perdeu frente ao italiano Luca Nardi, 123.º do ranking ATP
Treinador croata recorda anos ao lado do sérvio; «eu estava sempre pronto para morrer por ele», diz
Novak Djokovic revelou há dias que ia parar a parceria com o treinador Goran Ivanisevic, que durava há sete anos, e o croata recordou agora todo tempo passado com o sérvio.
Numa entrevista ao jornal croata Sportklub, Ivanisevic detalha os motivos da separação e diz que sempre esteve do lado do tenista, mesmo quando ele era «o inimigo número 1» durante a pandemia, em que se recusava a vacinar-se.
Eu estava sempre pronto para morrer por ele, pronto para lutar com o mundo inteiro. Não foi fácil aquilo na Austrália em 2022 [em que foi deportado devido a documentos mão entregues e falta de vacinação contra o Covid-19] olhavam-nos como leprosos....
«Leio muita coisa... Sei que pessoas têm de encher páginas de jornais, mas ninguém chegou perto de adivinhar. Não existe um motivo concreto. O verdadeiro motivo é a saturação, o cansaço. Foram anos extremamente difíceis. As pessoas se esquecem do tempo do coronavírus e que, a dada altura, o Djokovic era o vilão número um do Mundo por não ter se vacinado. Houve saturação, cansaço... Ele cansou-se de mim e eu dele. Já não conseguia ajudá-lo, mas fizemos algo grandioso», resume Ivanisevic, que ajudou Djokovic a vencer 12 dos 24 Grand Slam que tem.
12 março 2024, 06:53
Tenista sérvio, número um do mundo, perdeu frente ao italiano Luca Nardi, 123.º do ranking ATP
«As pessoas dizem que tivemos um relacionamento turbulento. Qualquer um que tenha acompanhado Novak com Boris (Becker) e Marjan (Vajda) sabe que é assim que ele funciona. Como é a sua comunicação na court, gritos durante os encontros, mas isso não me incomodava nada», diz.
O ex-jogador revela ainda que os dois já tinham pensado separar-se. «Tivemos dúvidas se deveríamos separar-nos no final do ano passado ou deste ano. Talvez devêssemos ter feito isso no ano passado. Eu estava sempre pronto para morrer por ele, pronto para lutar com o mundo inteiro. Não foi fácil aquilo na Austrália em 2022 – em que foi deportado devido a documentos mão entregues e falta de vacinação contra o Covid-19 – olhavam-nos como leprosos.... Todos os resultados que alcançámos são lindos, mas o que mais me orgulha é o fato de que fomos à guerra com o mundo inteiro. Conseguimos ajudá-lo a superar aquela loucura», diz .
O ponto decisivo terá sido a derrota na 3.ª ronda de Indian Wells frente a Luca Nardi [123.º do ranking ATP] – nunca tinha perdido para alguém tão abaixo no ranking.
«No dia seguinte à derrota para Nardi, sentámo-nos e conversámos. Rimos e tivemos uma boa conversa. Para mim, era importante dizer-lhe algumas coisas, dizer um ao outro como nos sentíamos. Foi o que fizemos. Passámos por coisas boas e más, coisas loucas.... Não é fácil ser Novak Djokovic: todos te procuram, querem algo, dão conselhos... Nos bastidores, Novak é um bom homem. Ele tem um grande coração, quer acolher todos e isso não é tão fácil», recorda Ivanisevic.
Na hora de escolher o melhor entre Djokovic, Roger Federer ou Rafael Nadal, Ivanisevic mantém-se fiel ao seu pupilo até há pouco tempo: «Há diferentes tipos de jogadores e diferentes energias, mas, para mim, Novak foi o melhor. Mesmo antes de me tornar seu treinador. Se ele fosse inglês, faziam-lhe outro palácio ao lado de Buckingham. Não importa de onde és, tens que fazer algo duas ou três vezes para ser reconhecido. É tão simples quanto isso...»