Novak Djokovic revelou há dias que ia parar a parceria com o treinador Goran Ivanisevic, que durava há sete anos, e o croata recordou agora todo tempo passado com o sérvio.Numa entrevista ao jornal croata Sportklub, Ivanisevic detalha os motivos da separação e diz que sempre esteve do lado do tenista, mesmo quando ele era «o inimigo número 1» durante a pandemia, em que se recusava a vacinar-se. Eu estava sempre pronto para morrer por ele, pronto para lutar com o mundo inteiro. Não foi fácil aquilo na Austrália em 2022 [em que foi deportado devido a documentos mão entregues e falta de vacinação contra o Covid-19] olhavam-nos como leprosos.... «Leio muita coisa... Sei que pessoas têm de encher páginas de jornais, mas ninguém chegou perto de adivinhar. Não existe um motivo concreto. O verdadeiro motivo é a saturação, o cansaço. Foram anos extremamente difíceis. As pessoas se esquecem do tempo do coronavírus e que, a dada altura, o Djokovic era o vilão número um do Mundo por não ter se vacinado. Houve saturação, cansaço... Ele cansou-se de mim e eu dele. Já não conseguia ajudá-lo, mas fizemos algo grandioso», resume Ivanisevic, que ajudou Djokovic a vencer 12 dos 24 Grand Slam que tem. «As pessoas dizem que tivemos um relacionamento turbulento. Qualquer um que tenha acompanhado Novak com Boris (Becker) e Marjan (Vajda) sabe que é assim que ele funciona. Como é a sua comunicação na court, gritos durante os encontros, mas isso não me incomodava nada», diz. O ex-jogador revela ainda que os dois já tinham pensado separar-se. «Tivemos dúvidas se deveríamos separar-nos no final do ano passado ou deste ano. Talvez devêssemos ter feito isso no ano passado. Eu estava sempre pronto para morrer por ele, pronto para lutar com o mundo inteiro. Não foi fácil aquilo na Austrália em 2022 – em que foi deportado devido a documentos mão entregues e falta de vacinação contra o Covid-19 – olhavam-nos como leprosos.... Todos os resultados que alcançámos são lindos, mas o que mais me orgulha é o fato de que fomos à guerra com o mundo inteiro. Conseguimos ajudá-lo a superar aquela loucura», diz .O ponto decisivo terá sido a derrota na 3.ª ronda de Indian Wells frente a Luca Nardi [123.º do ranking ATP] – nunca tinha perdido para alguém tão abaixo no ranking.«No dia seguinte à derrota para Nardi, sentámo-nos e conversámos. Rimos e tivemos uma boa conversa. Para mim, era importante dizer-lhe algumas coisas, dizer um ao outro como nos sentíamos. Foi o que fizemos. Passámos por coisas boas e más, coisas loucas.... Não é fácil ser Novak Djokovic: todos te procuram, querem algo, dão conselhos... Nos bastidores, Novak é um bom homem. Ele tem um grande coração, quer acolher todos e isso não é tão fácil», recorda Ivanisevic. Na hora de escolher o melhor entre Djokovic, Roger Federer ou Rafael Nadal, Ivanisevic mantém-se fiel ao seu pupilo até há pouco tempo: «Há diferentes tipos de jogadores e diferentes energias, mas, para mim, Novak foi o melhor. Mesmo antes de me tornar seu treinador. Se ele fosse inglês, faziam-lhe outro palácio ao lado de Buckingham. Não importa de onde és, tens que fazer algo duas ou três vezes para ser reconhecido. É tão simples quanto isso...»