Entrevista A BOLA Rui Almeida lembra Sporting de 2012: «Estava quase na linha de descida»
Treinador-adjunto de Jesualdo Ferreira chegou aos leões na altura de mudança de direção de Godinho Lopes, mas relembra «soluções engraçadas» e muitos jogadores jovens, como Eric Dier, João Mário ou Rui Patrício.
- Foi treinador-adjunto do Sporting em 2012/2013 [época em que o Sporting terminou em sétimo lugar]. Como se trabalhava nesse Sporting?
O professor [Jesualdo Ferreira] foi convidado a entrar no Sporting em dezembro. Foi na altura de saída de Godinho Lopes. O clube estava quase na linha de descida de divisão. Que é uma coisa inacreditável. É nesse momento difícil de mudança de direções. Na altura, lembro-me que a Juventude Leonina nem ia aos jogos por causa da direção. Mas tínhamos um grupo muito interessante. Foi dos momentos que me deu mais gozo, porque o Sporting é um clube enorme, também de paixão gigante. No problema, surgem sempre soluções engraçadas, tivemos de jogar com muita gente muito jovem. Estou a falar do Rui Patrício. O Eric Dier tinha 18 anos, o Bruma tinha 18 anos, o Tiago Ilori tinha 18 anos, o João Mário era muito novo, O Ricardo Esgaio era muito novo. O Adrien [Silva] também estava. Uma série de jogadores que acabaram por ser campeões da Europa quatro anos mais tarde. Dentro da dificuldade, criou-se um espírito muito engraçado. E ficámos muito felizes. A responsabilidade é toda do professor. Muitos deles fizeram carreiras gigantes.
Como é que se implementa um estilo de jogo ofensivo numa equipa que está totalmente desmoralizada?
Naquela altura, acima de tudo, dou todo o mérito ao professor. A capacidade de atrair os jogadores para aquilo que o professor tinha. Isso foi fundamental. Agregámos ali um conjunto de jogadores com alguma experiência, mas muito jovens, como o Marcos Rojo, o André Carrillo. Os jogadores compraram o reconhecido 4-3-3 do professor dentro de uma juventude enorme. Acabámos por ser altamente competitivos. Não chegámos a níveis muito altos na classificação, mas deixámos o clube organizado. Tanto que, logo de seguida, o Sporting vende uma série de jogadores, o Eric Dier, o Bruma. Foi, acima de tudo, a agregação que o professor conseguiu num clube que estava, realmente, num momento muito difícil.