Ténis Estoril Open: João Sousa derrotado e singulares sem portugueses
Com o sol a dar lugar à penumbra, chegou o ocaso da participação portuguesa no quadro de singulares. O estádio Millennium, cujas luzes só se apagaram noite dentro pela maratona entre Van Assche e Davydovich Fokina, foi uma vez mais o lar do ténis de João Sousa, onde o campeão de 2018 foi receber o carinho do público na tentativa de evitar o desaire. Do outro lado da rede, o vimaranense tinha Casper Ruud, n.º 1 do Open e 5.º do ranking ATP, e depois de uma exibição de alto nível deixou o court acarinhado pelo público e pelo próprio adversário.
«O João é um tipo tão porreiro… Tenho sentimentos ambivalentes por ganhar-lhe aqui, sabendo que é o favorito da casa. É um grande exemplo e um lutador. Realmente influencia o torneio e os fãs», declarou Ruud, de 24 anos, após a centésima vitória ATP em terra batida, superfície na qual conquistou oito dos nove troféus da carreira.
Eventualmente pela primeira vez, Sousa (147.º ATP e ex-28.º) deixou o campo sem ser cabisbaixo. Não obstante ter perdido com 6/4 e duplo 2/6, considerou esta como uma «boa semana» em que somou uma vitória inagural emotiva, e apesar de «ter acordado cheio de dores no corpo» lutou como o Conquistador a que presta cognome.
«Há que continuar a trabalhar na esperança de conseguir bons resultados. «No 1.º set, se calhar ele ainda não estava tão habituado às condições de jogo e custou-lhe um bocadinho. Aproveitei essa vantagem, depois o segundo e terceiro sets foram parecidos, não consegui aguentar o meu serviço e ele, com uma vantagem confortável, soltou-se. Este tipo de jogadores quando estão por cima são demolidores e o nível dele foi mais alto do que o meu. No entanto, dei tudo o que tinha e estou contente com o meu nível», resumiu Sousa, que continua em prova nos pares lado de Dominic Thiem.
Já o nórdico, finalista de Roland Garros, vai defrontar o campeão em título, Sebastian Baez, que venceu com 6/4 e 7/6 (7-2) Pedro Cachin, protagonista do momento de fair-play do dia quando correu a dar água a um espectador que se sentiu mal.
Com o momento histórico vivido no court central do Millennium Estoril Open em 2022 presente nas mentes, pois foi lá que se tornaram na primeira dupla portuguesa a vencer o torneio, Nuno Borges e Francisco Cabral voltaram a unir raquetas despacharam o monegasco Romain Arneodo e o austríaco Sam Weissborn com 6/3 e 7/6 (7-3), num court mais recatado, mas envolto numa bolha de esperança.
«Estamos muito contentes por começar com uma vitória. Não foi um jogo fácil, as condições este ano também estão um bocadinho diferentes do ano passado. O campo parece que está com menos terra, a bola parece que fica mais pequena. Fica tudo muito rápido, mas acho que acabámos por fazer uma boa 1.º ronda. Estamos confiantes para o que se segue», confiou Cabral, corroborado pelo n.º 1 de singulares e parceiro. «Defender o título pode trazer um bocadinho de pressão acrescida, é o que as pessoas esperam e dá-nos algum sentido de obrigação. Tentamos contrariar isso como em qualquer outro torneio», acrescentou Borges depois de marcar, ao lado de Cabral, duelo nos quartos de final com o neerlandês Robin Haase e o austríaco Philipp Oswald.