Benfica com apagão na Champions

Após um quarto inaugural prometedor, equipa sofreu dois parciais de 0-11 e nunca mais se encontrou. Do banco não vieram soluções. Bicampeões perdem invencibilidade

Na Liga dos Campeões raramente dá para ter quebras de eficiência e erros pagam-se caro. E então se há jogadores importantes que não aparecem numa partida difícil e ninguém dá um passo em frente… as coisas podem complicar-se. Foi o que aconteceu na Luz. 

Em jogo em atraso referente à 1.ª jornada do Grupo G, e no qual não podiam contar com o lesionado Makrem Romdhane, as águias sofreram o primeiro desaire ao serem batidos pelo Hapoel de Jerusalém por pesados 66-84.

Partida em que os encarnados, entrando bem a defender, com pressão sobre a bola e linhas de passe, mas também impondo velocidade e transição, surpreenderam o adversário. 

Não estranhou que, após cinco igualdades, a última aos 11-11, chegassem a deter a vantagem de 7 (22-15), onde Ivan Almeida (7 res), com 7 dos seus 18 pontos no quarto inaugural, e Terrell Carter (9 pts, 7 res) debaixo da tabela, obrigaram Aleksandar Dzikic a ter de mexer no cinco e fazer entrar o poste Maurice Ndor (14 pts, 7 res).

No entanto, após o 24-17 com que encerrou o 1.º quarto, nada voltaria a ser igual. Os bicampeões reduziram de velocidade e o coletivismo que haviam mostrado, quer a atacar como a defender, e sem que os suplentes trouxessem algo – 9 pontos -, os israelitas aproveitaram para darem um safanão no placard ao contruírem um parcial de 0-11 (27-31) em pouco mais de 3m, com Levi Randolph (18 pts, 9 res, 6 ass) a brilhar no tiro exterior. 

Após nova igualdade a 31-31 numa jogada de 2+1 de Carter, o extremo do Hapoel Chris Johnson (10) converteu dois dos três triplos seguidos que ajudaram a outra desmoralizadora série de 0-11 (34-44) que colocou o conjunto de Jerusalém definitivamente no comando.

O Benfica havia entrado num apagão, tal como os sistema de cronómetro de ataque sobre as tabelas que obrigou a paragem de mais de meia-hora antes do reatamento (39-46). O problema eletrónico lá se solucionou, mas o dos donos da casa… não. 

Mesmo com Trey Drechsel (14 ps, 6 res) e João Gomes (12 pts, 4 res), o máximo que lograram foi reduzir a 1 (48-49) em mais um momento endiabrado de Ivan. Só que com Carter a ir para o banco com a 3.ª falta, todas cometidas nesse período, não houve que desse a tal ajuda enquanto Khadeen Carrington (8) e Zach Hankins (11 pts, 8 res, 4 ass) assinavam os últimos 11 pontos do Hapoel no 3.º quarto (54-64). 

No último, os israelitas nunca comandaram por menos de 10 (59-69). O Benfica apenas converteu 6 de 26 triplos (23,08%), o Hapoel não esteve muito melhor (8/25, 32%).