Andebol feminino do Benfica sonha com final inédita

João Alexandre Florêncio acredita que as águias conseguirão reverter desvantagem de dois golos e qualificar-se para a final da Taça Europeia; técnico das encarnada realça a importância e a dificuldade do possível feito

Nunca uma equipa de andebol feminina portuguesa esteve tão próxima de assegurar uma conquista internacional quanto o Benfica, que este domingo procurará recuperar de uma desvantagem de dois golos e atingir, pela primeira vez, a final da Taça Europeia. A tarefa afigura-se difícil…mas não assusta o treinador das encarnadas, João Alexandre Florêncio, que realçou a capacidade do adversário com o qual as águias medem forças.

«É para já uma desvantagem boa, porque a Iuventa é uma equipa fortíssima em sua casa e está a liderar a Liga MOL (campeonato que junta equipas de Eslováquia e República Checa), ainda não tem derrotas, tem quatro internacionais ucranianas que estão, neste momento, na sua seleção, duas montenegrinas, duas polacas ou a guarda-redes da seleção brasileira», explicou o treinador, determinado em procurar «fazer história» pelo clube e pela própria modalidade em Portugal.

Caso afaste o Iuventa Michalovce, o Benfica alcançará um feito inédito, que, realça o técnico, apenas será conseguido à custa de muito sacrifício de jogadoras muito jovens, na sua maioria estudantes universitárias. «Elas vão ter, possivelmente, de deixar para trás alguns estudos, elas têm treinado e não foram às aulas, muitas se calhar vão chumbar ou repetir as cadeiras…mas isto é um sacrifício que vale a pena porque é uma geração que está a abrir caminho para outras», assinalou.

Uma geração ambiciosa que sonha alcançar uma conquista europeia, à imagem do que alcançou a secção masculina há duas temporadas, quando conquistou a Liga Europeia, perante uma muito bem composta MEO Arena, em Lisboa. No entanto, João Alexandre Florêncio lembra que o nivel atual do andebol feminino luso não se encontra ainda no mesmo patamar do que acontece no panorama masculino.

«Queremos chegar a esse nível. No andebol masculino, o Benfica, o FC Porto e o Sporting têm esse investimento que promove essa evolução, no campeonato e nas seleções, e neste caso, no feminino, para já, é só Benfica e portanto a responsabilidade é ainda maior porque é, realmente, muito difícil», reconheceu, por fim, ainda que crente de que o desafio, complicado, será possível de transpor.