Ciclismo Volta a Portugal 2023 termina com subida ao Santuário de Santa Luzia
Em cerimónia que decorreu esta quinta-feira no Teatro Thaila, em Lisboa, foi apresentado oficialmente o percurso da 84.ª Volta a Portugal em Bicicleta, que tem como tema «explorar paisagens, vencendo desafios» e que pretende abranger o território do país, de norte a sul.
A corrida inicia-se em Viseu a 9 de agosto com um prologo, na distância de 3,6 km, e termina dia 20 em Viana do Castelo com um contrarrelógio, de 18,2 km, que finalizará junto ao Santuário de Santa Luzia, que foi a principal novidade na apresentação da competição.
«O ponto principal desta questão é que vamos poder finalizar a Volta a Portugal no Santuário de Santa Luzia. Vai ser algo completamente brutal, podem imaginar o que é até na saída do contrarrelógio, os primeiros metros a percorrer na avenida dos Combatentes da Grande Guerra, com milhares de pessoas a assistir à saída dos corredores e depois encerrar a Volta a Portugal com chave de ouro em Santa Luzia, depois de no dia anterior o pelotão percorrer uma das etapas mais difíceis da competição entre Paredes e Senhora da Graça», declarou Joaquim Gomes, diretor de prova.
O percurso, já avançado em A BOLA, apresenta as primeiras quatro etapas em linha com um grau de dificuldade médio, todas com larga quilometragem: Anadia-Ourém (188,5 km) Abrantes-Vila Franca de Xira (177,3 km) Sines-Loulé (191,8 km) e Estremoz-Castelo Branco (184,5 km), direcionadas aos velocistas e aventureiros em fuga, embora estes últimos dificilmente conseguirão atingir os seus objetivos.
A primeira seleção de valores surge no final da 5.ª etapa, entre Mação e o Alto da Torre (184,3 km), com subida pela Covilhã e Penhas da Saúde. Segue-se uma tirada traiçoeira entre Penamacor e Guarda (168,5 km), com seis contagens de montanha, uma de 2.ª cat. e cinco de 3.ª cat. com a última na meta na Guarda, cidade onde se cumpre o descanso no dia 16.
A segunda metade da Volta a Portugal, com quatro etapas, inclui duas chegadas em altitude, a primeira na Serra do Larouco, em Montalegre, com 162,6 km e partida de Moncorvo; a segunda, na Senhora da Graça, em Mondim de Basto, e o contrarrelógio no último dia, em Viana do Castelo, integrado nas Festas a Senhora da Agonia.
As ligações Moncorvo-Montalegre, Boticas-Fafe (com passagem pelo troço de terra batida de 4,5 km) e a indispensável chegada à Senhora da Graça completam o percurso da Volta, que tem como pontos fortes e decisivos os finais no Alto da Torre, Guarda, Serra do Larouco (Montalegre), Senhora da Graça e o contrarrelógio em Viana do Castelo, que não se poderá considerar uma crono-escalada, embora os últimos 4,3 km sejam a subir e sem troços de recuperação.
A chegada a Loulé obriga a caravana a viajar no final da etapa para pernoitar no Alentejo, num dia desgastante devido às neutralizações entre Vila Franca de Xira e Sines e Loulé até Estremoz.
PELOTÃO DE 19 EQUIPAS
O pelotão vai ser constituído por 19 equipas, com quatro ProTeams: Burgos-BH, Caja Rural-Seguros RGA, Kern Pharma e Euskaltel-Euskadi; e quinze Continentais: os britânicos da Trinity Racing, os neerlandeses da Universe Cycling, os austríacos da Vorarlberg, os angolanos da Bai-Sicasal-Petro de Luanda e os neozelandeses da Global 6 e as portuguesas ABTF Betão-Feirense, AP Hotels & Resorts-Tavira-Farense, Aviludo-Louletano-Loulé Concelho, Credibom-LA Alumínios-Marcos Car, Efapel Cycling, Glassdrive-Q8-Anicolor, Kelly-Simoldes-UDO, Radio Popular-Paredes-Boavista e Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua.
Conforme notícia avançada pelo nosso jornal, verifica-se a ausência da Human Powered Health, devido a compromisso na Noruega e Dinamarca, e da Electro Hiper Europa, que por correr a Volta a Burgos não tem ciclistas disponíveis para vir a Portugal.
MAURÍCIO MOREIRA, VENCEDOR DE 2022
Maurício Moreira, vencedor da Volta a Portugal em 2022, esteve presente na apresentação da edição do corrente ano e falou a A BOLA: «Vamos enfrentar esta Volta com muita alegria e vontade de dar o nosso melhor para conseguir um bom resultado. Temos uma equipa muito forte que vai correr, como todas as outras, para vencer. Espero que no final seja um ciclista da nossa equipa a subir ao lugar mais alto do pódio».
«Os finais mais importantes fazem parte da história da Volta a Portugal, Senhora da Graça, Larouco, Alto da Torre e Guarda. Esta alteração no contrarrelógio último dia parece-me ser interessante, porque gosto de correr contrarrelógios e quanto mais difíceis melhores. Numa prova por etapas coma a Volta a Portugal existem dois fatores importantes: dispor de uma boa equipa, que é o nosso caso, e manter a regularidade ao longo dos dias. Não conheço a etapa de Fafe com o troço de terra batida, mas iremos fazer o reconhecimento logo que possível, assim como a subida de Santa Luzia no último dia», declarou o ciclista uruguaio.