Volta a França 2023: duelo Vingegaard-Pogacar

Ciclismo Volta a França 2023: duelo Vingegaard-Pogacar

CICLISMO30.06.202318:45

Considerados dos melhores e mais completos corredores do pelotão, Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, prometem reeditar um duelo de gigantes no decorrer da 110.ª edição da Volta a França, que arranca este sábado de Bilbau, no País Basco, e termina no próximo dia 23 em Paris.

UAE Emirates e Jumbo-Visma contam com toda a artilharia pesada para desbravarem as estradas que levam à glória nos Campos Elísios em 21 dias de competição, 3404 quilómetros, oito etapas de montanha (quatro chegadas em alto), quatro de média montanha, oito planas e um único contrarrelógio, com apenas 22 quilómetros de extensão. Claramente, o Tour 2023 é perfeito para trepadores!

Pogacar chega à partida do Tour no País Basco espanhol com 14 vitórias, incluindo a conquista de corridas por etapas, como a Volta à Andaluzia e a Paris-Nice, ou clássicas de grande prestígio como a Volta à Flandres, Amstel Gold Race e Flèche Wallonne, a que juntou, recentemente, os títulos nacionais de fundo e de contrarrelógio da Eslovénia.

Jonas Vingegaard regista 12 triunfos, que incluem a classificação geral de O Gran Camiño, Volta ao País Basco e Critério do Dauphiné.

Na presente temporada apenas existiu um confronto direto entre ambos no Paris-Nice, favorável a Tadej Pogacar muito superior a Jonas Vingegaard. O esloveno ganhou três etapas e a geral, remetendo o dinamarquês ao 3.º lugar da geral, a 1,39 minutos.

O esloveno estava imbatível, apesar de então faltarem mais de três meses para o Tour, e estendia o domínio, somando-lhe os triunfos na Volta à Flandres, Amstel Gold Race e Flèche Wallonne, e preparava-se para atacar a vitória no que seria o segundo monumento da temporada, a Liège-Bastogne-Liège, quando sofreu uma queda durante a prova que lhe causou fratura do escafoide da mão esquerda, forçando a imprevista e arreliadora paragem, afetando-lhe a preparação do Tour com consequências eventuais que as próximas três semanas se encarregarão de apurar.

OS ‘OUTSIDERS’

Entre os ‘outsiders’, destaque para Egan Bernal (Ineos Grenadiers), cuja presença, confirmada há menos de uma semana, assegura a compita entre os últimos três vencedores da corrida, nos últimos quatro anos.

Mas há outros ciclistas que dispõem de condições para fazer parte do grupo dos elegíveis: Daniel Martinez, Simon Yates, Ben O’Connor, Enric Mas, David Gaudu, Guillaume Martin, Romain Bardet, Mikel Landa ou Jai Hindley.

PERCURSO PARA TREPADORES

A 110.ª edição da Volta à França, apresenta um percurso no qual a montanha estará como habitualmente em destaque, poderá, no entanto, afirmar-se que as brutais chegadas em altitude são este ano em menor quantidade.

Com passagem pelos cinco maciços montanhosos franceses, apenas existem quatro chegadas em altitude, na 6.ª etapa em Cauterets-Cambasque, num dia em que o pelotão enfrenta duas contagens de 1.ª cat. no Col d’Aspin e na meta, uma de categoria especial no Tourmalet e outra de 3.ª cat. nos primeiros quilómetros.

Na 9.ª etapa com a chegada ao lendário Puy de Dôme, 35 anos depois da última subida, na 13.ª no Grand Colombier, com a meta no final da subida com 14,4 km e na 15.ª em Saint-Gervais Mont-Blanc, numa jornada com três contagens de 1.ª cat., (Col de la Forclaz de Montmin, Col de la Croix de Fer e na meta), a que se junta uma de 3.º cat. e outra de 2.ª cat.

No total, a Volta a França apresenta 9 contagens de Cat. Especial, 10 de 1.ª cat., 11 de 2.ª cat., 23 de 3.ª cat. e 17 de 4.ª cat., que totalizam 70 metas pontuáveis para o prémio da montanha.

O único contrarrelógio que se corre na 16.ª etapa entre Passy e Combloux na extensão de 22,4 km, apresenta uma contagem de 2.ª cat. aos 18,9 km, num percurso para especialistas possantes.

OS TRÊS PORTUGUESES

Rui Costa (Intermarché), Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro (Movistar) são os ciclistas portugueses nesta 110.ª da Volta a França.

Rui Costa vai para a 11.ª presença, tendo como melhor resultado na classificação geral o 18.º lugar em 2012 e venceu três etapas, uma em 2011 e duas em 2013; Nelson Oliveira corre o Tour pela sétima vez, tem como melhor resultado à geral o 47.º lugar em 2015; e Ruben Guerreiro vai para a terceira presença, depois de ter sido 18.º em 2021 e desistido em 2022.