Rochele: «Canto o hino bem alto e cheia de orgulho»
Fotografia Gabriela Sabau/IJF

Rochele: «Canto o hino bem alto e cheia de orgulho»

JUDO26.10.202323:03

Depois de ganhar o Grand Slam de Abu Dhabi, olímpica do Benfica contou a A BOLA o que sente quando tem oportunidade de fazer soar 'A Portuguesa' numa prova apesar de ter nascido no Brasil

Antes de defrontar a cazaque Kamila Berlikash (17.ª do ranking mundial) na final dos +78 kg no Grand Slam de Abu Dhabi, êxito que lhe permitiu arrebatar a primeira medalha de ouro no num total de 18 pódios no Circuito Mundial entre slams e grand prix, Rochele Nunes (12.ª), de 34 anos, começou o dia por estar isenta da ronda inaugural, para depois ir, sucessivamente, ultrapassando, sempre por ippon, a moldava Oxana Diacenco (62.ª), a italiana Asya Tavano (21.ª), que considerou ter sido o combate mais complicado, e a gigante (1,90m) russa Elis Startseva (64.ª) nas meias-finais por castigos.

CAMINHO PARA O OURO

Isenta da 1.ª ronda
Oxana Diacenco (Mda, 62.ª) vitória por ippon
Asya Tavano (Ita, 21.ª) vitória por ippon
Elis Startseva (Rus, 64.ª) vitória por ippon
Kamila Berlikash (Kaz, 17.ª) vitória por ippon

Pódio +78 kg kg: 1.ª, Rochele Nunes (Por); 2.ª, Kamila Berlikash (Kaz); 3.ª, Elis Startseva (64.ª) e Lea Fontaine (Fra).

Depois, na cerimónia do pódio e apesar de ter celebrado a conquista do ouro, desta vez Rochele não se emocionou, ou pelo não o exteriorizou. Mas fez questão de cantar o hino do principio ao fim. E ouvia-se bem, graças aos microfones, que o estava a cantar. 

«Ah! Claro, sempre que oiço o hino passa-me um filme… Sei que há muita gente que critica atletas naturalizados por isso, mas a verdade é que é muito difícil fazer essa transição, ter amor e sentimo-nos inseridas na comunidade ao qual não se tem raízes. Mas a verdade é que não são documentos que dizem o que tenho no coração. Tenho orgulho de ter nascido no Brasil e da história que lá fiz, mas hoje Portugal é o país que escolhi e me escolheu para ser a melhor. Por isso canto o hino bem alto e cheia de orgulho», concluiu.