«Quanto mais modalidades olímpicas tivermos, melhor»
Marco Alves e José Manuel Araújo na conferência de imprensa de balanço da participação lusa em Paris 2024 (Hugo Delgado/Lusa)

«Quanto mais modalidades olímpicas tivermos, melhor»

JOGOS OLÍMPICOS11.08.202419:03

Responsáveis do COP entendem que a aposta deve passar por alargar o leque de desportos ao invés de especializar a aposta

PARIS - Pela primeira vez em 112 anos de presenças olímpicas, Portugal conseguiu conquistar uma medalha de ouro sem ser no atletismo.

O ciclismo de pista deu-se a conhecer ao país em Paris e na estreia da vertente masculina, conquistou uma medalha de ouro e outra de prata.

As conquistas têm, obviamente, de ser associadas ao investimento feito no Velódromo de Sangalhos, inaugurado em 2009, e que depois de sucessos em Europeus e Mundiais, conseguiu brilhar nos Jogos Olímpicos.

Isso fez recordar, por exemplo, o investimento no Centro de Alto Rendimento de canoagem, em Montemor o Velho, que esteve também na base do surgimento de resultados na modalidade.

Nesse sentido, durante a conferência de balanço da participação lusa em Paris 2024, os responsáveis do COP foram questionados se a aposta futura poderia passar pela especialização em determinadas modalidades mais de «nicho», ou se o objetivo passa pelo alargamento do leque de modalidades com potencial de participação olímpica.

«Tivemos 15 modalidades representadas em Paris, o que traduz muito o investimento que as federações fazem nesse sentido. Há muitos modelos no mundo, tanto de apostas mais centradas numa modalidade em busca do sucesso, que normalmente significa medalhas; e existem aqueles que entram no maior número de processos de qualificação para tentar estar nos Jogos», introduziu Marco Alves, chefe de missão, defendo que essa não é uma responsabilidade exclusiva do COP.

«Isso tem de partir de uma estratégia que não é apenas do COP, mas também do nosso país e do Governo. Para perceber o que o país pretende da equipa de Portugal nos Jogos Olímpicos», ressalvou, apontando a lógica que existe atualmente.

«A aposta tenta ser equitativa entre o que é a realidade das várias modalidades, e pelos que os atletas conseguem alcançar no contexto mundial. Ou seja, não é feita pela aposta num nicho que pode potenciar mais ou menos sucesso», indicou, antes de dar a sua visão do que deve ser a estratégia.

«Se me é permitida a opinião, ter mais modalidades significará ter mais referências, mais atletas e um desporto melhor».

A mesma opinião é partilhada por José Manuel Araújo, secretário-geral do COP.

«A ideia é abrir mais portas e não fechá-las. O COP tem 35 modalidades olímpicas e estamos completamente disponíveis para que todas as federações com um projeto de qualidade possam avançar. Ter mais modalidades é importante para nós», assumiu.