11 agosto 2024, 18:41
Atletas pedem apoio, COP entende que «é suficiente»
José Manuel Araújo, secretário-geral do COP, em declarações no balanço da participação portuguesa em Paris 2024
Responsáveis do COP entendem que a aposta deve passar por alargar o leque de desportos ao invés de especializar a aposta
PARIS - Pela primeira vez em 112 anos de presenças olímpicas, Portugal conseguiu conquistar uma medalha de ouro sem ser no atletismo.
O ciclismo de pista deu-se a conhecer ao país em Paris e na estreia da vertente masculina, conquistou uma medalha de ouro e outra de prata.
As conquistas têm, obviamente, de ser associadas ao investimento feito no Velódromo de Sangalhos, inaugurado em 2009, e que depois de sucessos em Europeus e Mundiais, conseguiu brilhar nos Jogos Olímpicos.
Isso fez recordar, por exemplo, o investimento no Centro de Alto Rendimento de canoagem, em Montemor o Velho, que esteve também na base do surgimento de resultados na modalidade.
Nesse sentido, durante a conferência de balanço da participação lusa em Paris 2024, os responsáveis do COP foram questionados se a aposta futura poderia passar pela especialização em determinadas modalidades mais de «nicho», ou se o objetivo passa pelo alargamento do leque de modalidades com potencial de participação olímpica.
11 agosto 2024, 18:41
José Manuel Araújo, secretário-geral do COP, em declarações no balanço da participação portuguesa em Paris 2024
«Tivemos 15 modalidades representadas em Paris, o que traduz muito o investimento que as federações fazem nesse sentido. Há muitos modelos no mundo, tanto de apostas mais centradas numa modalidade em busca do sucesso, que normalmente significa medalhas; e existem aqueles que entram no maior número de processos de qualificação para tentar estar nos Jogos», introduziu Marco Alves, chefe de missão, defendo que essa não é uma responsabilidade exclusiva do COP.
«Isso tem de partir de uma estratégia que não é apenas do COP, mas também do nosso país e do Governo. Para perceber o que o país pretende da equipa de Portugal nos Jogos Olímpicos», ressalvou, apontando a lógica que existe atualmente.
«A aposta tenta ser equitativa entre o que é a realidade das várias modalidades, e pelos que os atletas conseguem alcançar no contexto mundial. Ou seja, não é feita pela aposta num nicho que pode potenciar mais ou menos sucesso», indicou, antes de dar a sua visão do que deve ser a estratégia.
«Se me é permitida a opinião, ter mais modalidades significará ter mais referências, mais atletas e um desporto melhor».
A mesma opinião é partilhada por José Manuel Araújo, secretário-geral do COP.
«A ideia é abrir mais portas e não fechá-las. O COP tem 35 modalidades olímpicas e estamos completamente disponíveis para que todas as federações com um projeto de qualidade possam avançar. Ter mais modalidades é importante para nós», assumiu.