Primoz Roglic e a vitória na 4.ª etapa: «Teria de tentar vencer, pelo trabalho dos rapazes»

VOLTA A ESPANHA Primoz Roglic e a vitória na 4.ª etapa: «Teria de tentar vencer, pelo trabalho dos rapazes»

CICLISMO20.08.202419:45

Primoz Roglic confessa que «não tinha como objetivo vencer a etapa», mas depois da equipa ter trabalhado tanto sob temperaturas elevadas, sente-se «satisfeito por recompensá-la»

Primoz Roglic desta vez não escondeu o jogo aos rivais. Ou não teve tempo ou oportunidade de o fazer, de acordo com as suas declarações após a vitória na quarta etapa desta edição da Volta a Espanha, na primeira chegada em alto. O esloveno revelou que os companheiros na Red Bull-Bora-Hansgrohe não lhe perguntaram se pretendia que trabalhassem para controlar a fuga e permitir que o líder pudesse visar o triunfo. E que se sentiu na obrigação de recompensar esse esforço durante toda a etapa sob temperaturas a rondar os 40 ºC. Apenas palavras de circunstância ou credíveis, a verdade é que o vencedor de três Vueltas já lidera a classificação geral.      

«A vitória na etapa não era propriamente o objetivo principal para hoje [ontem]», confessou Primoz Roglic, ainda a recuperar após intenso esforço na ascensão final, em que bateu ao sprint, por escassa vantagem, o belga Lennert Van Eetvelt (Lotto Dstny), cujo ótimo desempenho, culminado com a segunda posição, foi o mais surpreendente da jornada inaugural de montanha.

«Mas quando vejo os rapazes [os seus companheiros de equipa] a trabalharem incansavelmente toda a etapa, sob este calor tórrido, não poderia fazer outra coisa do que dar tudo para terminar a tarefa com êxito. E senti-me muito satisfeito, e até honrado, por finalizar com uma vitória o esforço daquela malta», afirmou o esloveno, que reforça a falta de intencionalidade do seu sucesso.    

 «Não lhes perguntei [aos companheiros] se estavam dispostos a trabalhar tanto nestas condições tão difíceis, e também nenhum dele me perguntou se eu queria… Se me tivessem perguntado, provavelmente teria dito para não se esforçarem tanto por mim. Vencer tão compensa certas coisas», referiu, sorridente, o novo detentor da camisola vermelha, sucedendo ao ex-companheiro na Jumbo-Visma, Wout van Aert.

Roglic esclareceu, igualmente, que sentir algum desconforto nas costas, ainda em consequência da fratura de uma vértebra causada pela queda que sofreu na Volta a França.  «Não tive outra alternativa, que não fosse suportar a dor. Foi difícil, a zona ainda está rígida e senti desconforto nas costas depois de algumas horas, mas nada de insuportável», admitiu, concluindo as declarações à imprensa com a antevisão do seu futuro na corrida agora na liderança da geral. «A ideia é a mesma do início, continuar dia após dia. Digo sempre: nunca se sabe quando será a nossa última vitória, por isso estou e vou desfrutar desta. A vida é assim, feita de desafios, e estou muito feliz, principalmente pela forma como a equipa trabalhou», concluiu o corredor de 34 anos.