Portugal abre Mundiais de pista coberta com três finais e recorde(s) na corrida
Dois recordes nacionais nos 400 metros masculinos (no mesmo dia!) e qualificação para três finais na estreia dos atletas portugueses nos Mundiais de pista coberta, em Glasgow. João Coelho, Salomé Afonso e Isaac Nader foram as estrelas do dia
O primeiro dia dos Mundiais de pista coberta em Glasgow, esta sexta-feira, foi bastante positivo para a seleção portuguesa nas disciplinas de corrida. João Coelho bateu o recorde nacional dos 400 metros duas vezes e qualificou-se para a final da competição, sábado, a partir das 21.10 horas.
O velocista começou a jornada com a segunda posição nas eliminatórias, da parte da manhã na Emirates Arena na cidade escocesa, desde logo com a melhor marca nacional de sempre (46,35 segundos) e garantiu o apuramento para a meias-finais. Algumas horas depois, nas semifinais, Coelho foi ainda mais rápido e baixou o seu recentíssimo máximo nacional, com 45,98 s na 2.ª posição da 1.ª série, a mais veloz, atrás do belga Alexandre Doom (45,69).
«Não tenho palavras para o que sinto. Bater o recorde de Portugal duas vezes no mesmo dia e atingir a final no meu primeiro Mundial deixa-me mesmo muito feliz. Amanhã [sábado] será uma sensação nova», afirmou João Coelho.
Na segunda meia correu Omar Elkhatib, que a concluiu na 5.ª posição em 47.78 e foi eliminado. «Calhei numa pista má, muito lenta, mas estou muito feliz por este resultado. Estou grato com todos os que me apoiaram até aqui», referiu o atleta.
Menos de uma hora antes das semis dos 400, Salomé Afonso apurou-se para a final dos 1500 metros, com um tempo de 4.07,55 minutos, a valer o 2.º lugar na 3.ª série das eliminatórias. Qualificando-se num dos três primeiros lugares, a meio-fundista alcançou o 5.º melhor tempo entre as quatro séries.
«Finalmente, num grande campeonato senti que estive ao nível do que tenho treinado. Acho que até agora não tinha replicado as valências que tinha demonstrado em treino. Até foi um dia um pouco diferente porque contrariamente ao que ouvimos dizer, manter a rotina, tentei fazer o contrário, mantive-me mais calma. Tentei correr a gastar o mínimo de energia possível. Estar atenta a quem vinha por trás», afirmou a atleta que enfrentará a final no próximo domingo às 21.45 horas. Uma final, diz a atleta, «é sempre aquela prova que vai ser de fogo, mas estou preparada e acho que vou sair daqui com recorde pessoal».
Nem vinte minutos depois de Salomé ter deixado a pista, Isaac Nader correu para a qualificação para a final da mesma distância, com vitória na 3.ª série das eliminatórias em 3.45,50 minutos e amanhã estará entre os melhores.
«Estas corridas são muito complicadas, porque são muito táticas, acima dos 3.40 minutos, os últimos 300 metros são sempre mais rápidos. Mas eu fui normal, porque preparámos bem este campeonato do mundo, quero melhorar o 10.º lugar do meu último mundial, quero sempre é melhorar em relação ao anterior. Estou feliz porque a minha namorada, a Salomé, também conseguiu o apuramento para a final e isso é motivo para estarmos satisfeitos com o trabalho que estamos a fazer. Quanto à final, será uma corrida diferente. Mas o objetivo é melhorar o 10.º lugar de há dois anos», disse o recordista nacional.
De fora, após as eliminatórias dos 400 metros, ficou Cátia Azevedo, após a 4.ª posição na sua série, apesar de ter alcançado o seu melhor resultado de sempre em Mundiais, com 52,92 s.
«Como tinha dito, a qualificação ia ser muito apertada e difícil. O facto de não ter logo arriscado levou-me a correr muito tempo na pista dois e isso desgastou-me», afirmou a atleta, que realça o seu melhor resultado de sempre em termos de marca e deixou já uma palavra para a prova de estafeta no próximo domingo. «Estamos muito motivadas para «aniquilar o recorde de Portugal», concluiu Cátia Azevedo.
Na final direta do lançamento do peso, Jessica Inchude foi 10.ª (18,04 m) e Eliana Bandeira 12.ª (17,35).
«O meu objetivo era passar às rondas finais e bater o meu recorde pessoal, pois há uma semana estava bem e hoje não chegou para ser feliz. Eu sei que consigo e trabalhei para fazer melhor e estou desiludida, mas é verdade que é bom ficar em 10.º lugar», referiu Inchude.
Também Eliana Bandeira não estava feliz. «Não foi a marca que eu gostaria de ter obtido nestes campeonatos, pois é a minha estreia nos mundiais, mas saio daqui com vontade de regressar a Portugal e começar já a trabalhar para as próximas competições, feliz pela experiência de estar entre as melhores e motivada para mais».