Pela primeira vez em 121 anos Tour não acaba em Paris

Pela primeira vez em 121 anos Tour não acaba em Paris

CICLISMO25.10.202300:07

Percurso de 2024 marcado pela montanha será presentado, esta quarta-feira, na capital francesa. Isola 2000 recebe a etapa rainha, um contrarrelógio no último dia

Na história da Volta à França e pela primeira vez desde 1903, o Tour não vai finalizar em Paris. A entidade organizadora da competição foi obrigada a proceder a profundas alterações no percurso devido à realização dos Jogos Olímpicos Paris-2024, de 26 de julho a 11 de agosto, e apresenta esta quarta-feira, na capital gaulesa, as 21 etapas, das quais A BOLA avança alguns pontos importantes.

O esqueleto da corrida da responsabilidade de Thomas Vergouwen, que colabora com a organização, permite estabelecer uma ideia do percurso que deverá ser sustentado na média e alta montanha, embora se aguardem algumas contagens de montanha intermédias e armadilhas escondidas para as quais Vergouwen deixa alguns avisos bem definidos. 

«Estou pendente das redes sociais, da imprensa, rádios e  televisões locais, dos políticos da zona e do que me dizem os aficionados que me escrevem. Quando a fonte é suficientemente credível vou divulgando as partidas e chegadas, este ano consegui saber com antecedência que o primeiro dia de descanso será em Orléans e que a Volta à França finaliza em 2024 com um contrarrelógio individual entre Mónaco e Nice, na distância de 32,5 km com passagem pelo Coll D’Ézé, antecedido por uma etapa com 132 km nos Alpes Marítimos com chegada ao Col de Couillole», contou Vergouwen.

A organização também divulgou as três primeiras etapas em Itália, com partida da Grande Boucle de Turim e chegadas nas cidades de Rimini, Bolonha e Turim. Perante estes elementos foi mais fácil para Thomas Vergouwen desenhar o percurso. «Sabia que depois de Turim o Tour entraria em França pela cordilheira dos Alpes. E assim será. A 4.ª etapa teria que pisar obrigatoriamente os Alpes, para finalizar na localidade de Valloire, nas proximidades do Galibier».

Através das reservas efetuadas nas cadeias de hotéis, nos quais vão dormir as equipas, torna-se mais fácil ir ao encontro dos locais de partida. Nas webs dos hotéis pode-se verificar que um determinado dia de julho, os hotéis estão totalmente ocupados ou aumentem significativamente os preços da estadia. É um sinal inequívoco da passagem da Volta à França.

Nas regiões abrangidas pelo próximo Tour (29/06 a 21/07), a primeira semana irá dos Alpes ao sul de Paris, passando por Borgonha como principal atrativo com um contrarrelógio, em principio por equipas, que finalizará na localidade de Nuits de Saint George. Região famosa pelos vinhos e adegas. 

Nos arredores de Troyes haverá uma etapa que passa pelos famosos Chemins Blancs, que não são mais que troços em terra batida para os quais deverá ser necessário trocar de bicicleta e correr com uma de BTT ou de Gravel.

Depois do descanso em Órleans, a corrida viaja para o Maciço Central com chegada a La Lioran, antecedida por um final em Pau nos Pirenéus, num intenso fim de semana (13 e 14 de julho, festa nacional francesa) com uma etapa a finalizar em Saint Lary (Pla d’Adet e outra no Plateau de Beille) onde venceu Alberto Contador em 2007). 

Segue-se Narbone e Nimes em direção aos Alpes. Quatro etapas que podem decidir a geral, a primeira finalizará na estação de esqui de Barcelonnette, realizando-se antes da etapa rainha com final em Isola 2000. 

Seguem-se as passagens por Vars e La Bonett com a meta instalada a 2.802m de altitude, seguindo em direção à região de Nice, com a despedida alpina no Col de Couillole e o já citado contrarrelógio final, além da passagem pelo Col de Braus e Turini numa segunda visita à região alpina. 

Antes do Maciço na zona mais a norte e depois de terem começado o Tour em Itália com três etapas, é notório o facto de há 100 anos Ottavio Bottechia ter sido o primeiro italiano a vencer a Volta à França. 

Em contrapartida, haverá duas etapas montanhosas com a meta instalada em Valloire e Saint-Vulbas com subidas clássicas como Lautaret e Galibier, antes de descer até Borgoña. 

A região vinícola  acolherá várias jornadas, incluindo um possível contrarrelógio entre Gevrey com a ascensão por Pas de Peyrol, Col de Perthus e Font de Cèreuits-Saint-Georges, três dias antes do primeiro dia de descanso. O pelotão rumará a Le Lorian, que já recebeu uma etapa em 2016, com a ascensão por Pas de Perthus e Font de Cère.

A caminho do sul, a passagem pelos Pirenéus com duas etapas de alta montanha e a ascensão a Saint-Lary, na parte mais ocidental, que inclui Plateau de Beille antes do segundo dia de descanso em Narbone.

Sem tempo para recuperação de esforço, o pelotão dirige-se para o Mediterrâneo onde predominará a montanha com um final de etapa inédito em Isola 2000, região que não recebe o Tour desde 1993 quando venceu Tony Rominger e destronou Miguel Indurain. 

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