Paris 2024: a corrida contra o tempo no palco dos combates de judo
Estrado da Arena Champs-de-Mars lança dúvidas sobre segurança dos atletas

Paris 2024: a corrida contra o tempo no palco dos combates de judo

Questões de segurança levaram a que o estrado onde seriam montados os tapetes fosse mudado a três dias do arranque das competições, contudo a instalação ainda não foi feita; a federação internacional critica Comité Olímpico Internacional e ameaça não aprovar o pavilhão como apto a receber a prova, o que levaria ao cancelamento da mesma

Parece estar tudo a postos para o começo dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com a realização da cerimónia de abertura, porém, esse não é o caso para as competições de judo que, a escassas horas do começo das mesmas, a Arena Champ-de-Mars está numa corrida contra o tempo para instalar um novo piso adequado aos tapetes em que os judocas vão combater.

No pavilhão, que entre 27 e 3 de agosto acolhe os duelos olímpicos de judo descobriu-se que a flexibilidade e a rigidez do estrado em que os tatamis seriam instalados colocavam em causa a segurança dos judocas, porque poderiam este poderia descambar e magoar os mesmos. Na passada quarta-feira foi encomendado um novo piso, contudo, a instalação do mesmo ainda não foi feita. O presidente da Federação Internacional de Judo (IJF), Marius Vizer, já tinha ameaçado não aprovar a arena como palco das competições olímpicas devido a estes problemas e, caso isso aconteça, impossibilita a realização das mesmas.

Arena Champ-de-Mars, palco das competições de judo (IMAGO/Xinhua)

«Venho a Paris com muito entusiasmo, estamos prontos do ponto de vista desportivo, mas infelizmente o local não está pronto e estamos a sofrer com isso, porque a qualidade dos tatames permanece abaixo dos padrões usuais», referiu à publicação Le Parisien.

A preparação e montagem desta Arena ficou ao cargo do Comité Olímpico Internacional (IOC), o que suscitou muitas críticas Vizer, uma vez que nem esta instituição, nem a federação francesa foram consultadas para a organização da competição na Arena Champ-de-Mars, onde há dois dias chovia dentro do pavilhão. A frustração aumentou de tom devido ao facto de estes dois organismos serem responsáveis pela realização de um dos mais importantes eventos da modalidade no mundo, o Grand Slam de Paris, que tem lugar na Bercy Arena.

«É o templo do judo. Conhecemos todos os cantos e recantos de Bercy, não percebo porque é que o judo não pode ficar lá. A Arena de Bercy está reservada à ginástica, aos trampolins e às fases finais do basquetebol. A França é um país do judo, uma das nações mais bem organizadas, com mais de um milhão de membros e praticantes, apoiantes, e um dos pontos altos dos Jogos será a competição de judo, por isso espero que tudo se resolva a tempo», concluiu Vizer, em declarações ao L’Équipe.

Porém, também a costura dos dorsais nos kimonos foi alvo de críticas da IJF, uma vez que nem todos estão completos, porque o processo, também a cabo do IOC, está a deixar o equipamento dos judocas com defeito.

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